Os avanços tecnológicos na área da saúde acontecem hoje de uma forma incrivelmente rápida e revolucionária. As inovações impactam, sem dúvida, em todo o ecossistema do setor, mas os maiores beneficiários são os pacientes, que buscam atendimentos mais humanizados, rápidos e eficientes. Então, de um lado estão as soluções cada vez mais completas, como telemedicina, telerradiologia e inteligência artificial, por exemplo, e do outro está o cliente final, para quem se deve entregar valor no atendimento.
Para conectar esses dois lados, uma série de engrenagens devem funcionar da maneira mais precisa possível. Estamos falando da gestão hospitalar, dos bastidores das instituição de saúde, que devem proporcionar um ambiente mais eficiente, com rotinas integradas e procedimentos mais acessíveis.
Com a adoção de sistemas nos setores de atendimento, administrativo, financeiro e demais áreas de um hospital, todos os processos são facilitados, permitindo um melhor gerenciamento do todo. Hoje, é possível criar prontuários eletrônicos, e de forma tecnológica, realizar agendamentos, disponibilizar resultados de exame, conferir vagas de internação e até mesmo monitorar remotamente pacientes crônicos.
E já temos que ir além. Imagine agora o volume de informações produzidas no cotidiano hospitalar, nas clínicas e consultórios. São dados que precisam ser analisados e compreendidos por todas as áreas; faz parte do novo fluxo tecnológico, uma nova realidade criada pelas inovações. As estratégias das organizações devem ser, então, baseadas em performance. O objetivo é racionalizar a gestão das clínicas e hospitais, sem deixar de lado a qualidade e o bem-estar do paciente. Não há outra maneira de evoluir sem análise de dados e o acompanhamento de indicadores.
Tais avanços vem sendo bem recebidos por todo o setor. A pesquisa “Conectividade e Saúde Digital na vida do médico brasileiro”, realizada pela Associação Paulista de Medicina em 2020, revelou que 60,98% dos médicos já utilizavam tecnologias em seus consultórios e hospitais para o armazenamento de informações dos pacientes.
Vale ressaltar também o papel da pandemia de COVID-19 nesta aceleração. Para atender a alta demanda de pacientes infectados pelo novo vírus e aqueles que não podiam adiar a realização de tratamentos, os hospitais tiveram que voltar os olhos para a gestão de forma intensa, algo que deverá permanecer. Primeiro, porque todos os atendimentos que foram adiados durante esses quase dois anos de pandemia estão sendo realizados agora. Segundo, porque não se abre mão de tecnologias e melhorias já incorporadas nos processos.
Por fim, concluo que as implementações de tecnologias na área da saúde foram intensificadas com a chegada da pandemia de coronavírus e continuarão avançando. Os desafios são cada vez maiores e estes estimulam os profissionais da área tecnológica a cada dia.
Sobre o autor
Anthony Eigier é CEO e fundador da NeuralMed, startup que desenvolve soluções de auxílio à triagem e fluxo de pacientes nas instituições de saúde, utilizando a inteligência artificial para analisar imagens e textos médicos. É formado em Economia pela Northwestern University, fundou uma aceleradora de startups em 2012 e após isso, co-fundou uma startup de jogos para celular, que hoje é uma das maiores empresas do setor no Brasil. Atuou em um grupo de radiologia, desenvolvendo novos negócios e procurando maneiras de melhorar a produtividade.