O Brasil já conseguiu vacinar 40% de sua população adulta contra a Covid-19, cerca de 64 milhões de pessoas completaram o esquema vacinal com as duas doses e 132 milhões de pessoas já tomaram pelo menos a 1ª dose, de acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Com isso, a relação entre o avanço da vacinação, a queda nas internações de casos graves e a diminuição dos óbitos é direta.
Contudo, algumas pessoas têm procurado realizar exames que avaliam o potencial de imunidade, mesmo as que já foram vacinadas ou as que contraíram a infecção. O teste verifica o potencial de imunidade individual a partir da produção de anticorpos neutralizantes. Um levantamento interno realizado pela DNA Consult, laboratório de análise genética especializado em biotecnologia localizado em São Carlos (SP) e que realiza esse tipo de exame, aponta que a taxa média de anticorpos neutralizantes produzidos foi de 64,8% nos resultados de quem já fez o exame, chamado de COVID Imuniza. No total, 53,9% apresentaram diagnósticos positivos para a produção de anticorpos neutralizantes e 38,5% tiveram amostras negativas.
Entre as amostras positivas, 15,4% das pessoas apontaram uma taxa de anticorpos neutralizantes acima de 80%. Já 20,6% dos pacientes apresentaram um potencial de imunidade de 60 e 70%. Cerca de 17,9% obtiveram uma taxa de anticorpos neutralizantes entre 22% e 50%. Já os índices abaixo de 20% representam resultados negativos.
“É importante destacar que o exame de anticorpos neutralizantes difere de outros testes sorológicos que identificam apenas a produção de anticorpos após a infecção, como o IgG e IgM. A análise de anticorpos neutralizantes reconhece o anticorpo anti-spike, que impede que o SARS-CoV-2 penetre na célula e cause a infecção”, explica Euclides Matheucci, fundador e diretor científico do laboratório.
Ainda segundo Euclides, embora os resultados possam apresentar uma taxa percentual de criação de anticorpos neutralizantes no corpo do paciente, este não é o único indicador de imunidade contra o vírus. “O sistema imunológico é extremamente complexo e não se limita somente aos anticorpos neutralizantes, existe também a imunidade celular que consegue proteger contra o vírus, mas é difícil de ser calculada. Então se alguém fez o exame de anticorpos neutralizantes e teve um resultado inferior a 20%, isso não significa que ela não esteja imune ao vírus. E mesmo quem tenha apresentado um resultado positivo superior ainda precisa tomar os cuidados necessários para não se infectar”, completa.