A Alemanha registrou nesta quinta-feira, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 50 mil casos de covid-19 em um período de 24 horas.
Dados do Instituto Robert Koch (RKI), a agência de controle de doenças infecciosas da Alemanha, mostram que 50.196 novos contágios foram confirmados em um único dia. Além disso, 235 pessoas morreram no país.
A nova marca é bastante superior ao recorde anterior — 39.676 casos —, que havia sido estabelecido ontem. Além disso, a taxa de novos casos por cada 100 mil pessoas nos últimos sete dias subiu para 294,1.
O avanço da nova onda tem assustado as autoridades e especialistas. Ontem, Christian Drosten, chefe de virologia do Hospital Charité, de Berlim, fez um alerta sobre a capacidade de atendimento do sistema de saúde alemão diante do aumento de pacientes com a covid-19.
A primeira-ministra do país, Angela Merkel, está pressionando os governadores para adotar uma “resposta unificada” ao novo surto. Na Alemanha, cabe às autoridades regionais implementarem as medidas de combate ao vírus.
Algumas regiões já estão aumentando as restrições. Em Berlim, por exemplo, as autoridades exigirão um certificado de saúde — que mostra se uma pessoa está vacinada ou se recuperou de uma infecção — para permitir o acesso a locais como restaurantes e academias.
O ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou recentemente que a Alemanha está vivendo uma “pandemia de não vacinados”. Segundo dados do governo, cerca de 66% dos alemães estão totalmente imunizados contra a covid-19, percentual mais baixo do que outros países europeus, como Portugal e Espanha.
Olaf Scholz, favorito a substituir Merkel no cargo de premiê após a formação de um novo governo, pediu hoje que a população se vacine contra a doença. “Tomar uma vacina é a melhor solução para todos”, disse ele em um discurso no Parlamento.