O total de despesas assistenciais na saúde suplementar avançou de R$ 117,2 bilhões para R$ 164,8 bilhões (valores nominais) entre 2015 e 2020, de acordo com dados da “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2015 e 2020“, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Os gastos foram puxados pelo crescimento no volume de terapias (hemodiálise, quimioterapia, radioterapia etc.) e atendimentos ambulatoriais, com aumento de 112,4% e 78,6%, respectivamente.
A apuração mostra também que, no intervalo analisado, houve avanço nas despesas com internações (54,6%), demais custos médico-hospitalares (44,1%), e exames complementares (43%). As principais variações na saúde suplementar no período foram: aumento de 57,8% nas despesas com exame de hemoglobina glicada; e, avanço de 84,6% nos custos com vasectomias.
O impacto da Covid-19 na saúde suplementar
Os dados no comparativo entre 2019 e 2020 já mostram alguns dos efeitos da pandemia no setor. Nesse intervalo, as despesas assistenciais foram 8,1% menores. Na mesma comparação, as reduções mais expressivas foram no número de consultas médicas não identificadas (-82,5%), seguidas de consultas ao pronto socorro (-25,2%).
“O ano de 2020 foi sem precedentes tanto na área da saúde, quanto no âmbito econômico e social, devido às medidas de isolamento necessárias para barrar o avanço da Covid-19. Alguns impactos podem ser observados nos agravos à saúde dos beneficiários em comparação a 2019”, analisa José Cechin, superintendente executivo do IESS. Entre 2019 e 2020, os números revelam aumento de internações por infarto no miocárdio (15,2%), insuficiência cardíaca congestiva (9,8%) e diabetes mellitus (6,7%), segundo apuração do IESS.
Em 2020, as despesas com internações responderam por R$ 75,6 bilhões; já os gastos com exames complementares representaram R$ 32 bilhões; seguido por R$ 20,5 bilhões com consultas médicas.