Covidien inaugura Centro de Inovação em São Paulo
Empresa de produtos médicos se fortalece no País com centro avançado de tecnologia médica e pesquisa
21/08/2014 - por Verena Souza
Ocupando três andares de um moderno prédio na Avenida Jornalista Roberto Marinho, zona sul de São Paulo, com corredores espelhados e vista panorâmica para a Marginal Pinheiros, a Covidien inaugurou nesta quarta-feira (20/08) seu 1° Centro de Inovação da América Latina, com foco em pesquisa e treinamento. O empreendimento, de 3mil m², contou com investimento na ordem de R$ 25 milhões. 

Repleto de laboratórios que simulam ambientes e procedimentos hospitalares, a companhia – adquirida recentemente pela Medtronic – espera capacitar no 1° ano de operação cerca de 2 mil médicos, entre brasileiros e latino-americanos, nas seguintes áreas foco: Cirurgia, Vascular e Respiratória. 

Os primeiros grupos devem começar a partir de outubro e o interesse para o treinamento, que será gratuito, vai ser coordenado pela área responsável, conhecida como Educação Continuada para Profissionais da Saúde (PACE). O Centro, batizado de Centro Covidien de Inovação Brasil (CCI), está completamente interconectado com os demais, na Turquia (Istambul), Índia (Hyderabad e Mumbai), Coreia do Sul (Seul) e China (Xangai), podendo conferências serem realizadas entre eles em tempo real. 

O laboratório de P&D, por exemplo, foi demonstrado aos visitantes por três engenheiros, um estudante americano do MIT e outros dois da Índia e Coreia do Sul, o que evidencia também esse intercâmbio de conhecimento. 

Espera-se aumentar a quantidade de médicos – tanto da esfera pública quanto privada – com técnicas mais modernas para o melhor tratamento e resultado com cursos de ventilação mecânica, monitoramento de sinais vitais, procedimentos cirúrgicos e técnicas de cirurgia minimamente invasiva, entre outros. De acordo com o diretor e CMO (Chief Medical Officer) global, Michael Tarnoff, das cirurgias que poderiam ser realizadas por meio de procedimentos minimamente invasivos, mais de 80% ainda optam por métodos tradicionais, ou seja, invasivos. 

“Entender e ajudar o Brasil a ultrapassar seus desafios da Saúde, e levar oportunidade de conhecimento e aprendizado aos médicos” é o grande objetivo do CCI, nas palavras do presidente de Mercados Emergentes da Covidien, Robert White. 

A estratégia de inovação direcionada ao Brasil, em linha com o forte investimento global nos países emergentes, acontece depois da aquisição da brasileira WEM Equipamentos Eletrônicos, em janeiro deste ano, para aumento de portfólio local, e de percorrer mais de 10 mil km pelo País com o “Caminhão da Saúde”, equipado com simuladores cirúrgicos e aparelhos para cirurgia minimamente invasiva. “O Centro é o nosso segundo passo em educação continuada”, disse o vice-presidente e gerente geral do Brasil, Ermano Moraes. Atualmente, o quadro de colaboradores da Covidien no Brasil tem 780 pessoas. 

“Além do treinamento de profissionais, a iniciativa vai favorecer o estabelecimento de parcerias, inclusive governamentais, e estratégias de marketing”, disse Tarnoff. 

Os Centros, estabelecidos em países emergentes, representam o empenho da empresa em se manter inovando - aspecto primordial da Medtronic, que faz produtos como marca passos, bombas de insulina e próteses. Em 15 de junho, as companhias anunciaram um acordo definitivo sob o qual a Medtronic vai adquirir a Covidien para criar a primeira companhia mundial de tecnologia e serviços médicos Premium. Por enquanto, nada muda no Brasil e o CCI manterá suas atividades normalmente.

Para se ter uma ideia, a companhia aguarda avaliação de 100 mil patentes pendentes, segundo Moraes. Os investimentos em P&D aumentaram em 2013, atingindo R$ 500 milhões, o que representa 5% das vendas. Hoje, a organização conta com 38 mil funcionários, opera em mais de 150 países e obteve receita de US$ 10,2 bilhões em 2013. 




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