Ano passado, a segunda empresa mais valiosa do mundo, a Amazon.com, passou a vender medicamentos controlados a partir de uma farmácia digital. Mas as apostas da empresa na área da saúde não começaram por aí. Há pelo menos três anos, a Amazon vem adquirindo e criando serviços de tecnologia e inovação para a área de saúde.
Em 2018 a empresa adquiriu a startup PillPack, um modelo de farmácia online que vende diversos tipos de medicamentos para pacientes em pacotes personalizados entregues em domicílios. Para pacientes que precisam de prescrições contínuas, a PillPack providencia a renovação dos medicamentos de forma automática. Após dois anos da compra, a Amazon anunciou, no final de 2020, a criação da sua própria farmácia digital que recebeu o nome de Amazon Pharmacy.
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Em julho deste ano, foi lançado também o serviço Amazon DX, que oferece testes caseiros de covid-19. Os consumidores podem realizar o teste de suas casas e a devolutiva dos resultados é recebida em 24 horas.
Atualmente, a segunda maior tech do mundo está apostando em projetos para a realização de uma seleção de aplicativos de saúde para serem incubados pela própria Amazon. As ferramentas incluem aplicações de inteligência artificial e assistentes digitais, entre outras soluções.
Há mais iniciativas da Amazon na saúde. Em julho, lançou a AWS for Health, um pacote de serviços que fornece alertas e notificações acionadas por alterações na verificação de saúde dos pacientes. "A plataforma fornece recursos comprovados e de fácil acesso que ajudam as organizações a aumentar o ritmo da inovação, liberar o potencial dos dados de saúde e desenvolver abordagens mais personalizadas para o desenvolvimento e cuidados terapêuticos", especifica o site da empresa.
O serviço de telessaúde Amazon Care foi criado inicialmente para atender somente seus funcionários. O atendimento é iniciado por um chatbot que, em seguida, permite uma consulta virtual com um profissional de saúde. Caso seja necessário, um médico móvel é enviado para a casa do funcionário em até uma hora para realizar exames de rotina, receitar medicamentos, processos de coleta de sangue e vacinação.
O portal americano Business Insider revelou no mês passado que a Amazon Care vai estender a oferta para outras empresas, além de expandir o atendimento para mais de 20 cidades nos Estados Unidos em 2022.
Apesar de estar se destacando na área de telessaúde, a Amazon não está sozinha. As grandes empresas Microsoft e Google também têm realizado ações e ofertas – principalmente no quesito inteligência artificial e infraestrutura de computação em nuvem – direcionadas para esse segmento.
Em relação à farmácia, o Walmart também é um forte concorrente da big tech. Em junho de 2021, o varejista lançou sua própria marca de insulina, com a proposta de oferecer preços mais acessíveis.
O site NeoFeed divulgou também que a Amazon pode enfrentar outro problema ao longo do caminho. Recentemente, a "empresa está vivendo pressões diretas de parlamentares americanos para desmembrar seus negócios em operações independentes, dado o alcance que a gigante vem consolidando no mercado”, divulgou o portal.
Por conta de todos esses fatores, muitos estudiosos e reguladores se perguntam: até onde as empresas de tecnologia e varejo estão dispostas a ir?