Samu Recife investe mais de R$ 3 milhões em modernização tecnológica
19/10/2021

Considerando o número de habitantes de alguns municípios, não é difícil imaginar a quantidade de chamadas que um serviço de emergência, como o Samu, recebe mensalmente. Difícil é gerenciar uma avalanche de dados e seguir diferentes processos durante as ocorrências, em que cada segundo é importante. De acordo com relatórios de 2021, gerados pelo sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Recife, em Pernambuco, o órgão recebe cerca de 61 mil chamadas por mês, das quais 87% (53 mil) demandam o despacho efetivo de ambulâncias.

Para superar obstáculos como este, em 2020, o órgão, ligado à Prefeitura do Recife, investiu mais de R$ 3 milhões em um novo projeto de modernização tecnológica, incluindo a atualização de sistemas, a aquisição e a manutenção de aparelhos, equipamentos e unidades móveis, mantendo-se na vanguarda tecnológica dos SAMUs no Brasil. Estima-se que a tecnologia utilizada atualmente ajuda a proteger 1 em cada 9 pessoas no mundo.

 

O Samu Recife gerencia as suas operações com um sistema de última geração conhecido como I/CAD. A tecnologia é fornecida pela Hexagon, multinacional de desenvolvimento de sistemas de despacho assistido por computador, e utilizada por mais de 2500 organizações de segurança pública em 70 países, incluindo polícia, guarda civil, defesa civil, bombeiros, departamentos de trânsito, serviços de atendimento a urgências e emergências, entre outras.

Na prática, quando o cidadão liga para o 192, o sistema entra em ação apoiando todos os principais processos do Samu Recife, desde a recepção da chamada até o final do atendimento. “Ao solicitar o serviço, o cidadão é acolhido pelo técnico auxiliar de regulação médica (TARM), o qual coleta as informações básicas para identificar o solicitante, o local e o paciente ou vítima. Automatizando a coleta e o registro dessas informações, simplificando a interação dos operadores de atendimento com o sistema e a comunicação entre os envolvidos no atendimento, o sistema proporciona um ganho considerável de tempo, diminuindo a espera de quem aguarda o serviço”, explica Marcos Telles, Diretor Comercial na Hexagon.

“Uma vez registrada a ocorrência, a ligação é rapidamente transferida para o médico regulador que avaliará e priorizará cada caso com base em protocolos, e definirá a conduta mais adequada em cada situação. Nos casos em que há necessidade de atendimento no local do incidente, todas as informações chegam ao operador de despacho devidamente classificadas e de forma automática pelo sistema I/CAD, proporcionando a consciência situacional necessária para o envio do recurso indicado pelo médico de maneira muito mais ágil e eficiente, principalmente se consideramos o volume de dados que geralmente são classificados e avaliados de forma manual”, complementa Telles.

 

Comum em muitas outras organizações, este era o cenário do serviço na capital pernambucana antes da implantação do atual sistema. Leonardo Gomes, coordenador geral do Samu Metropolitano Recife, afirma que “os operadores realizavam o gerenciamento dos registros dos atendimentos de forma manual e os principais processos contavam com um sistema local que impunha limitações às informações, restringindo a quantidade e aumentando o tempo dos atendimentos”.

Leonardo Gomes destaca que a implementação do atual sistema foi um divisor de águas para o Samu Recife ao proporcionar um melhor planejamento e alocação de recursos, a sistematização dos processos de atendimento e triagem, e a análise e o acompanhamento de dados em tempo real, proporcionando tomadas de decisão mais ágeis e mais bem informadas. Também reforça a importância da gestão das informações para as operações do Samu na capital: “é por meio das informações coletadas no sistema que tomamos decisões estratégicas, como a de ampliar ou trocar uma base descentralizada para um local que facilite o acesso das equipes aos locais onde há aumento constante de solicitações”.





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