Usiminas vai disputar o mercado de saúde em BH
13/10/2021

A Fundação São Francisco Xavier (FSFX), braço da Usiminas nos setores de saúde e educação, vai competir no mercado de saúde de Belo Horizonte com hospital próprio e planos de saúde. A instituição investe R$ 280 milhões em recursos próprios no seu primeiro hospital na capital mineira, com previsão de inauguração em março de 2022. 

Em setembro, a FSFX começou a vender planos de saúde em Belo Horizonte, de sua operadora Usisaúde. Na região do Vale do Aço, onde possui três hospitais próprios, a Usisaúde tem 60% de participação de mercado. Na capital mineira, a Unimed-BH domina o mercado, com uma fatia de 52%. 
 

“Após realizar estudos de viabilidade econômica concluímos que, mesmo com a chegada de novos concorrentes em Belo Horizonte, como Hapvida e GNDI Intermédica, existe espaço para ocuparmos”, afirmou Marcelo Teixeira, diretor comercial da FSFX. Os planos da Usisaúde custam a partir de R$ 90, mesma faixa de preço da Unimed-BH e outras operadoras. 

A competição têm se intensificado na região de Belo Horizonte. No ano passado, a Hapvida comprou a Promed, de planos de saúde e hospitais, e a operadora Premium Saúde. A NotreDame Intermédica adquiriu a Medisanitas e mais três ativos em Minas Gerais. Na semana passada, foi a vez da Unimed-BH anunciar um investimento de R$ 200 milhões em um novo hospital em Contagem, cidade vizinha à capital mineira. 

 

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 27,09% da população de Minas Gerais possui plano de saúde. A taxa de cobertura no Brasil é de 24,98%. A pandemia acelerou as buscas por planos de saúde em Minas, segundo Teixeira. 

O executivo observou que, apenas na região norte da capital mineira, existem 700 mil moradores. “Hoje, não há na região um hospital de grande porte. As pessoas são obrigadas a se deslocar até a região central para buscar atendimento médico”, disse o executivo. 

Atualmente, cerca de um terço dos clientes do plano de saúde são funcionários da Usiminas e seus familiares. “Na região metropolitana, a Usisaúde atende em torno de 10 mil pessoas, que são funcionários da Usiminas e da FSFX”, observou Flávia Braga, diretora administrativo-financeira da FSFX. 

Mas a instituição se desdobra para atender outros públicos, ajudando a melhorar a sua rentabilidade. Desde que foi privatizada, em 1991, a Usiminas deixou de fazer aportes na FSFX, obrigando a fundação a sobreviver com recursos próprios. 

Atualmente, dos 230 mil clientes do Usisaúde, 13 mil são funcionários da Usiminas e da fundação. O plano também atende funcionários de empresas contratantes, como Fiat, Petrobras, Gerdau, Vallourec e Whirlpool. Para se expandir na região metropolitana, a Fundação fez parcerias de divulgação com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), além de corretoras. Já os planos na modalidade coletiva por adesão são ofertados pela Qualicorp. A Usisaúde conta com 250 hospitais parceiros credenciados e pouco mais de 3 mil médicos conveniados. 

Além do plano de saúde, a fundação opera cinco hospitais, sendo dois em Ipatinga (MG), um em Timóteo (MG), um em Itabira (MG) e outro em Cubatão (SP), totalizando 903 leitos. 

Seu sexto empreendimento, o Hospital Libertas, que será instalado em Belo Horizonte, terá 380 leitos para atendimentos de média e alta complexidade - incluindo cirurgia robótica, transplantes, cirurgias cardíacas. 

 

O projeto ocupa um prédio de 40 mil m2, na região da Pampulha, zona norte de Belo Horizonte, onde funcionava a antiga sede da Usiminas. A FSFX comprou o imóvel em dezembro de 2020, por R$ 130 milhões. Os outros R$ 150 milhões são investidos em obras e compra de equipamentos e insumos. 

A expectativa é que a unidade atinja a sua capacidade máxima de operação em cinco anos, de acordo com Mauro de Souza Lima, diretor de hospitais da FSFX. Em sua capacidade máxima, o hospital deverá registrar por mês 2 mil internações, 1,5 mil cirurgias, 6 mil atendimentos clínicos e até 20 mil atendimentos ambulatoriais. 

“Vamos fazer ciência no hospital, oferecendo novas opções de tratamento, a exemplo do que já é oferecido no Hospital Marcio Cunha”, afirmou Lima. 

O Hospital Libertas vai gerar em torno de 2 mil empregos diretos e indiretos. O corpo clínico terá 300 médicos e equipe multidisciplinar de 600 pessoas, entre enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Metade dos médicos já foram selecionados, segundo Lima. 

O hospital fará atendimentos particulares pela Usisaúde, atenderá outros planos do mercado e o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Fonte: Valor




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