Muitas vezes confundida como uma operadora de planos de saúde, a Qualicorp deu mais um passo para mostrar que não é um convênio médico e, sim, uma empresa que vende e presta serviços ligados a esse produto. A companhia — que passa a se apresentar com uma nova marca, Quali — acaba de abrir oito lojas em shopping centers de São Paulo e Rio de Janeiro e outras podem ser inauguradas.
Essas unidades físicas vão se juntar aos demais canais de atendimento como aplicativo, site e telefone da empresa. O conceito é parecido com o que acontece nas varejistas digitalizadas em que o cliente pode iniciar sua pesquisa ou compra pela internet e finalizar na loja ou vice-versa. “Investimos numa plataforma que possibilita o cliente fazer uma cotação por região, médico, hospital, preço e outros filtros. E, se quiser, ele pode comprar diretamente o plano de saúde pela nossa plataforma”, disse Bruno Blatt, CEO da Qualicorp.
Blatt está no comando da companhia há pouco menos de dois anos. Nesse período, a Quali passou por uma grande mudança societária, com a saída do fundador, José Seripieri Filho, e a entrada de novos acionistas. Hoje os principais controladores são a Rede D’Or, com uma fatia de 25,5%, e o Pátria, com 15%.
Segundo o executivo, a abertura de lojas faz parte da estratégia de tornar a Quali uma companhia com vários produtos e canais de atendimento. Não só uma corretora de plano de saúde por adesão. "Em um ano e meio, criamos 45 produtos, incluímos 30 operadoras de planos de saúde e passamos a ter atuação nacional", disse. O valor de investimento nas lojas e o retorno financeiro desse novo canal de vendas não foi revelado.
As lojas físicas têm funcionários próprios da companhia e corretores. Esses profissionais são o principal canal de venda dos planos de saúde por adesão e para evitar e que essas unidades sejam suas concorrentes, a Quali optou por trazer para dentro de casa os corretores com melhor performance. Há cerca de 500 profissionais considerados vip dentro de um universo de 40 mil corretores que trabalham com a Qualicorp. Em média, são vendidos 50 mil novos planos de saúde por adesão, por mês.
As lojas não vão funcionar apenas como ponto de venda de planos de saúde e por isso também há uma equipe própria. Nessas unidades, o cliente pode pedir uma guia de autorização de procedimento, mudar o plano, incluir dependentes, solicitar reembolso e fazer cotação de outros convênios médicos.
Pablo Meneses, vice-presidente comercial e de relacionamento da companhia, destaca que hoje a empresa tem cerca de 700 tipos de plano de saúde. "Há várias opções, o cliente pode escolher aquele que melhor se encaixa à sua realidade. Muitas vezes, a pessoa está pagando um plano caro e não usa tudo. Ao invés de cancelar, pode escolher um mais adequado ao seu perfil."
Entre esses produtos, por exemplo, existem os planos de saúde regionais, com seguro-desemprego, auxílio farmácia e telemedicina. São opções que ajudam a reter o cliente num cenário de crise econômica e aplicação de reajustes acumulados de 2020 e 2021. Por conta desse acúmulo, o aumento no primeiro semestre foi de 23% na Quali. Retirando esse retroativo, o reajuste ficou na casa de 11%.
"Nossa proposta é ter mais opções, dar mais acesso ao plano de saúde. Acredito que mesmo após a pandemia, a demanda pelo plano de saúde vai continuar. As pessoas vão continuar fazendo esforço financeiro para manter o benefício", diz Blatt.
Diversificar o negócio também é a estratégia da empresa que tem fama de plano de saúde e volta e meia é acusada de aplicar os reajustes das operadoras. Seu papel na verdade é fazer essa intermediação entre os clientes e operadoras. Para ajudar a controlar o custo há programas de gestão de pacientes crônicos que ajuda a controlar a sinistralidade e que é feito pelos nossos médicos e enfermeiros”, disse Blatt. “Além disso, criamos nesse um ano e meio 45 novos produtos.