Para Franco, esse suporte que as seguradoras puderam fornecer à sociedade só ocorreu porque “as companhias que operam com produto vida, no início da pandemia, tomaram a decisão de não exercer a cláusula de exclusão de risco de pandemia e assim cobrir as mortes causadas pela covid-19”.
O diretor da Fitch Ratings, Alexandre Chang, afirma que a sinistralidade nas linhas ligadas a pessoas ainda está pressionada.
De acordo com Chang, os ratings das seguradoras nacionais podem ser afetados pelo rating soberano brasileiro — que está sob perspectiva negativa desde maio de 2020. Esse impacto pode ocorrer dentro de duas perspectivas, disse. “Dentro de uma avaliação quanto ao ambiente operacional dos países onde as seguradoras operam e na perspectiva do nível de exposição de risco nas carteiras das seguradoras”, apontou.
Conforme o diretor da Fitch, além da ótica do rating soberano, a agência avalia o ambiente operacional em termos de supervisão regulatória, sofisticação técnica do mercado de seguros, perfil competitivo e desenvolvimento mercado de capitais da região. “A exposição a ativos soberanos nas carteiras das seguradoras também fazem parte dessa análise”, ponderou.
No caso brasileiro, as seguradoras e entidades de previdência complementar alocam grande parte dos portfólios em títulos do governo. “Quase um terço da dívida soberana local está nas mãos dessas entidades”, disse.