A Prevent Senior, operadora de planos de saúde que está sendo investigada pela CPI da Covid e pela Agência Nacional de Saúde (ANS), respondendo a várias acusações — alteração de prontuários de pacientes e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada, entre elas — não deverá perder muitos usuários para a concorrência. Isso porque há pouca oferta no mercado de plano de saúde individual.
A operadora atende, em especial, o público idoso. E os preços dos concorrentes nessa categoria são mais salgados.
Na Prevent Senior, o preço do plano é de cerca de R$ 800 para público acima de 59 anos de idade. O custo médio do plano de saúde nessa faixa etária no setor é de R$ 1,5 mil.
Entre março de 2020 até junho deste ano, o volume de usuários da Prevent teve aumento de 14,5%. É um percentual bem acima do setor, que teve aumento de 2,43% no mesmo período e muito acima do mercado de planos individuais, que ficou estável, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Atualmente, a Prevent Senior tem 542 mil usuários, quase todos individuais. A operadora é a segunda maior nessa modalidade de convênio médico, atrás apenas da Hapvida, com 967 mil nessa categoria de plano de saúde.
Fundada em 1997, um ano antes da regulamentação do setor de planos de saúde, a Prevent Senior cresceu nesses dois nichos de mercado — individual e idosos — rejeitados pelas grandes operadoras. Além disso, contribuíram para a sua expansão a quebra de várias operadoras em São Paulo como Unimed Paulistana, Unimed São Paulo, Samcil, entre outras nos últimos dez a quinze anos. Estas empresas ofereciam plano individual.
Em 2011, a Prevent tinha receita de R$ 439,4 milhões e em 2020 saltou para R$ 4 bilhões. No primeiro semestre deste ano, a receita ficou em R$ 2,4 bilhões, alta de 23,6% sobre o mesmo período do ano passado. O lucro bruto, entre janeiro e julho, está na casa dos R$ 300 milhões. A operadora é uma forte geradora de caixa e não tem endividamentos.
A operadora pertence aos irmãos Fernando e Eduardo Parrillo. Antes de fundarem a operadora, Fernando era motorista de ambulância que atendia, principalmente, idosos que eram pacientes de seu irmão, o médico-geriatra Eduardo.