A três dias da assembleia que definiria a venda da operadora HB Saúde, de São José do Rio Preto (SP), para a Hapvida, a SulAmérica fez uma proposta para aquisição do mesmo ativo.
A seguradora ofereceu R$ 485 milhões pela HB, o que representa um adicional de R$ 13 milhões, além de algumas condições financeiras mais atrativas, em relação à oferta mais recente da Hapvida, de R$ 472 milhões. No entanto, o valor da transação por si só não deve definir o vencedor dessa disputa, e sim a decisão de cerca de 500 médicos associados que são acionistas da operadora.
Atualmente, esses médicos prestam serviços à HB e demais operadoras do mercado - num modelo semelhante ao das cooperativas médicas. Com a entrada da Hapvida é esperada uma maior verticalização na região, o que, segundo fontes, está causando entre os médicos um receio de perda de receita. Eles temem a redução de atendimentos dos 130 mil usuários dos planos de saúde da HB, que passarão a ser atendidos na rede própria da Hapvida.
A SulAmérica também vem investindo em verticalização e o interesse na HB, que tem unidades próprias de saúde em Rio Preto e Mirassol, é uma demonstração clara desse propósito. No entanto, está muito longe do patamar da Hapvida, cuja estratégia é ter praticamente todo seu atendimento feito em rede própria.
Cientes desse receio dos médicos, as duas empresas apresentaram propostas de remuneração aos associados. A Hapvida propôs pagar R$ 78, por consulta, nos próximos três anos, e a SulAmérica, R$ 82, durante cinco anos. Além disso, a seguradora propôs reter até 3% do valor da aquisição a título de contingências, ante 5% da Hapvida. A diferença entre esses percentuais é de R$ 8 milhões, segundo fontes.
As propostas de aquisição de ambas as partes devem mudar nos próximos dias. A assembleia que analisaria a oferta da Hapvida, marcada para esta quinta-feira, foi cancelada. Não havia sentido da operadora ir para uma reunião já com uma proposta inferior.