A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, garantiu que o laboratório farmacêutico está preparada para atender a demanda por uma terceira dose da vacina contra a covid-19. Durante a Live do Valor, a executiva afirmou que, pelos estudos promovidos pela companhia, a aplicação de uma terceira dose do imunizante protege a população das variantes que circulam no mundo.
“Esse é um novo desafio para os países, mas do ponto de vista logístico e produtivo estamos preparados para atender essa nova demanda. A terceira dose vai depender da realidade de cada país, ainda não há estudos comprovando as combinações de vacinas. Mas, em tempos de pandemia, os países vão ter de tomar as decisões com base na vida real. Há estudos que indicam que uma terceira dose aumenta e muito a resposta imunológica do indivíduo e o protege da variante Delta”, disse a executiva.
No Brasil, a companhia assinou um acordo com a brasileira Eurofarma, na semana passada, para a produção da vacina no país a partir de 2022. A executiva ressaltou que o contrato prevê a produção de 100 milhões de doses por ano e a companhia nacional será responsável pela etapa final de produção do imunizante e o envazamento.
“O Brasil vai fazer parte da cadeia de produção da Pfizer no mundo. Foi uma negociação que começou em junho e foi fechada na semana passada. Foi bem rápido. A Eurofarma, além de fazer a parte final da vacina, vai distribuir o produto pelo Brasil e América do Sul. A estratégia da companhia é ter centros de produção em todos os continentes. Hoje, temos fábricas nos EUA, na Europa e agora na América do Sul. Fechamos um acordo semelhante na África do Sul” disse a presidente da Pfizer.
Segundo ela, a unidade da Eurofarma que produzirá a vacina é moderna e tem capacidade de produção adequada para atender o contrato. A Eurofarma fará o processo no complexo de Itapevi (Grande São Paulo). No mundo, de acordo com a executiva, a farmacêutica vai fabricar 3 bilhões de doses por ano, sem contar os 100 milhões de imunizantes do contrato brasileiro.
Díez afirmou, ainda, que a companhia deve entregar as 200 milhões de doses contratadas com o governo brasileiro até o fim deste ano. Segundo ela, em setembro a empresa conclui a entrega de 100 milhões de doses do primeiro acordo com o país e os outros 100 milhões desembarcam por aqui até dezembro.
A executiva ressaltou que o acordo com o Brasil demorou mais tempo para ser assinado do que em outros países, como Chile e Peru, porque havia uma trava na legislação brasileira. “Uma vez resolvida a questão normativa, as negociações foram rápidas. Fechamos dois contratos em dois meses.”
Segundo ela, assim como em outros países, a Pfizer optou por firmar acordo somente com o governo federal para garantir a equidade na distribuição da vacina. Díez afirmou também que a companhia ainda não pensa em estabelecer acordos com o setor privado, principalmente agora na pandemia. “Em algum momento podemos ter acordos com o setor privado, mas não é o que conversamos agora. Ainda estamos em um momento pandêmico”, disse a executiva.