A nova dimensão digital na saúde e a indústria farmacêutica
30/08/2021

A pandemia da Covid-19 alterou a jornada de negócios de praticamente todas as atividades econômicas e na saúde, em especial no canal farmacêutico. Se, por um lado, o distanciamento imposto como meio de desaceleração do contágio acelerou positivamente as vendas de medicamentos no e-commerce, por outro lado, a divulgação dos produtos aos profissionais médicos se tornou um desafio.

indústria farmacêutica tem na figura do seu representante ou propagandista, nomes tradicionalmente dados aos profissionais que visitam os médicos para promover marcas e divulgar conceitos clínicos dos seus produtos, como a principal mídia de contato com os profissionais da saúde realizados por meio da visita pessoal nos consultórios, clínicas e hospitais.

Mas qual estratégia a ser adotada pela indústria farmacêutica em um momento em que o distanciamento se tornava imperativo e as demandas de compartilhamento de informações e atividades promocionais junto aos médicos continuavam como pilar estratégico aos negócios? Este foi o grande dilema encontrado pelo segmento farmacêutico durante praticamente todo o ano de 2020 e boa parte de 2021. Soluções de visita à distância foram improvisadas por meio de plataformas abertas de streaming para tentar mitigar as perdas do momento, mas com baixos e frágeis meios de controle da efetividade da ação.

Junta-se ao fato esporádico da pandemia, um fenômeno demonstrado no último CENSO 2020 do CFM – Conselho Federal de Medicina, a respeito do novo perfil do médico no Brasil. Em suma, o profissional médico está mais jovem, mais generalista e mais feminino e possui em média acima de 3 a 4 vínculos empregatícios, que acarretam jornadas desgastantes de deslocamentos e a necessidade de adaptação às políticas operacionais e clínicas de diferentes instituições.

Dentro deste novo cenário e com uma nova dimensão do digital no mercado da saúde, a inovação na forma de promover suas marcas e produtos se torna imperativo à indústria farmacêutica. Construir alianças em canais digitais onde os médicos transitam e trabalham como, por exemplo, plataformas de telemedicina e estruturar um novo ambiente onde o representante propagandista pode se encontrar à distância com os profissionais da saúde, indo além da simples disponibilidade de um streaming, é a próxima revolução da mídia dirigida no segmento farmacêutico.

A telemedicina foi regulamentada e cresce mensalmente em volume e aculturamento dos médicos e pacientes. Por outro lado, ambientes digitais associados com ações off-line tornam muito mais baratos e efetivos levar a mensagem aos médicos e profissionais da saúde, sem limites geográficos e barreiras de horário.

Neste novo ambiente, o papel do representante propagandista se amplia. Do contato presencial de visitação aos médicos a entrega de conteúdos científicos e itens de serviços como amostra grátis, agrega-se o canal digital e todas as suas funcionalidades, entre elas o diferencial da velocidade e flexibilidade do digital possibilitando uma abordagem híbrida (on-line to off-line).

O representante propagandista se torna um Curador de Conteúdo Omnichannel, sendo responsável por liderar e gerenciar as atividades junto ao cadastro do seu território, identificando desde os melhores meios de contato e os respectivos horários com cada profissional, até estruturar um repertório de conteúdos aliados às necessidades do médico, adotando cada vez mais um atendimento de alto impacto. O digital neste caminho torna-se um aliado para melhorar os serviços e personalizar as demandas, mantendo uma escalabilidade que reduz o custo e aumenta a satisfação do cliente médico.

Bem-vindo a era do representante propagandista 4.0, o Curador de Conteúdo Omnichannel que vai dinamizar os setores farmacêuticos e da saúde.


*Carlos Pappini é CEO da Conecta Médico.





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