A variante delta do novo coronavírus é a cepa predominante nos estudos genômicos realizados em Minas Gerais, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado. Até agora, foram identificados 101 casos da variante no Estado. Na semana passada, eram 21. Duas mortes decorrentes de infecção pela delta também já foram confirmadas.
“Dentro das 200 amostras semanais analisadas, a variante delta vem crescendo em incidência. Até então, a variante gama [P1] era a predominante”, afirmou Fábio Baccheretti, secretário de Saúde de Minas Gerais.
Os casos foram localizados na região metropolitana de Belo Horizonte e em cidades próximas ao Rio de Janeiro e a Brasília.
“A tendência é que nas próximas semanas os casos da delta aumentem”, afirmou o secretário. Baccheretti disse que, apesar da perspectiva de avanço nos casos da variante delta, não há pressão sobre o sistema de saúde.
“Não há aumento de casos de pacientes para internação. Não existe pressão no sistema de saúde do Estado. Temos muitos leitos livres. A cada 100 leitos entre 65 e 70 estão livres para internação. Estamos seguros em relação a isso”, afirmou.
O governo mineiro informou que a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva (UTI) para covid-19 no Estado está em 34% e a ocupação de leitos de enfermaria é de 77%.
Baccheretti acrescentou que há tendência de queda no número de óbitos nas próximas semanas no Estado. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 3.825 casos de covid-19 em Minas Gerais e 87 óbitos decorrentes da doença. Desde o início da pandemia, foram confirmados 2,055 milhões de casos e 52.723 óbitos.
Vacinação
Em entrevista coletiva, o secretário também disse que o Estado deve atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19 em outubro. A imunidade de rebanho ou imunidade coletiva é alcançada quando a população atinge um nível de imunização que impede a progressão do vírus e a criação de novas cepas.
De acordo com o Baccheretti, Minas Gerais já recebeu 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 e vacinou 77% do público adulto com a primeira dose e 34% com a segunda dose.
“Se olhar a população geral estamos perto de 60% de cobertura vacinal, com tendência de grande aceleração nos próximos dias”, afirmou. Ele observou que pouco mais de 18 milhões de doses já foram aplicadas e outros 4 milhões estão disponíveis nos municípios para acelerar a vacinação.
A Secretaria de Saúde estima que metade dos municípios mineiros começará a vacinar adolescentes com comorbidades ainda neste mês. A expectativa é vacinar todos os adolescentes, com e sem comorbidades, até setembro.
Também no mês que vem, o Estado começará a aplicar a dose de reforço, iniciando por idosos e pessoas com problemas de imunossupressão.
Segundo o secretário, a vacinação de reforço será feita com vacina de uma plataforma diferente da imunização feita nas aplicações anteriores. Quem tomou Coronavac tomará a dose de reforço da AstraZenca, da Janssen ou da Pfizer. Quem tomou a vacina da AstraZenca tomará Coronavac ou Pfizer. Quem tomou Pfizer terá o reforço de Coronavac ou AstraZenca.
A aplicação da dose de reforço irá progredir por faixa etária – partindo do público acima de 80 anos até os mais jovens – e por tempo de vacinação. O objetivo é que todas as pessoas que tiverem atingido 6 meses de aplicação da segunda dose recebam a dose de reforço.
Baccheretti disse que as doses da Pfizer serão destinadas à vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos, em princípio.
O Estado espera receber em torno de 2,7 milhões de doses da Pfizer em setembro. O público total de adolescentes é de 1,7 milhão de jovens com e sem comorbidades. “A expectativa de doses recebidas da Pfizer para setembro é suficiente para que todos os adolescentes sejam imunizados”, disse o secretário.
Também a partir de setembro o secretário prevê a antecipação da aplicação da segunda dose da AstraZenca e da Pfizer, reduzindo o prazo de três meses para 8 semanas.