Um estudo desenvolvido pelo Inova Heart and Vascular Institute, nos Estados Unidos, conclui que a atividade física diária está associada a um menor risco de hospitalizações e morte entre adultos acima de 65 anos que usam o chamado cardioversor desfibrilador implantável (CDI). O equipamento é inserido dentro do corpo de pacientes com certas arritmias. Quando o coração começa a bater de forma caótica, ele dispara um pequeno choque elétrico para restaurar o ritmo normal. Isso serve para prevenir paradas cardíacas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
Publicado no periódico científico Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, da Associação Americana do Coração, o estudo analisou as informações de saúde e atividade física de cerca de 42 mil pacientes com esse dispositivo. Eles tinham, em média, 75 anos — 72% eram do sexo masculino e 90%, brancos. Os sensores do próprio CDI também mediam o movimento dos participantes e a frequência cardíaca para detectar eventuais esforços físicos.
A partir daí, os pesquisadores constataram que os participantes que integravam um programa de reabilitação cardíaca — que inclui exercícios supervisionados — tinham 24% menos probabilidade de morrer de um a três anos após o implante do CDI. E cada dez minutos a mais de atividade física diária foram ligados a uma queda de 1% na mortalidade por todas as causas.
Programas de reabilitação cardíaca melhoram a capacidade funcional do coração e a qualidade de vida, além de reduzirem o risco de readmissão hospitalar. Ainda assim, a adesão tende a ser baixa. Nesse levantamento, apenas 3% dos participantes participaram dessas atividades.
É importante destacar, no entanto, que os exercícios entre pacientes com problemas no coração demandam um olhar atento do profissional de saúde, que é capaz de estipular limites e práticas que afastam eventos adversos.