A Delta vem se tornando predominante até em países mais avançados na campanha de vacinação, já que a cepa conta com mutações que ajudam o vírus a escapar da resposta imune produzida pelas vacinas — ou seja, é mais transmissível.
Nos Estados Unidos, por exemplo, 50% da população já está totalmente imunizada e 80% dos novos casos são por conta da variante.
Vale ressaltar, porém, que todas as variantes tendem a ser mais infecciosas, porque o objetivo do vírus é justamente achar novas formas de se propagar. Com a vacinação consideravelmente lenta e a população nas ruas, o SARS-CoV-2 continua circulando e novas cepas se formam.
Para descobrir a eficácia de cada vacina disponível contra a cepa, a comunidade científica e as empresas farmacêuticas por trás dos imunizantes vêm desenvolvendo uma série de estudos.
Nenhum deles é conclusivo por enquanto, mas cada um ofere informações valiosas sobre a infecção sintomática da variante Delta nas vacinas disponíveis no Brasil. Veja:
Publicado no New England Journal of Medicine, a pesquisa mostrou que a vacina da Universidade de Oxford é 33% eficaz contra a variante Delta com uma dose e 60% eficaz após duas doses (e quinze dias de espera).
Não revisado por pares, a pesquisa canadense publicada no servidor MedRxiv indica que o imunizante é 67% eficaz a partir de 14 dias após a primeira dose. Não há dados suficientes para duas doses.
Publicado como uma carta ao jornal científico Lancet, a pesquisa baseada na Escócia indica que a vacina da AstraZeneca é 60% eficaz pelo menos 14 dias após a segunda dose.
Mesma pesquisa britânica que a da AstraZeneca mostrou que o imunizante da Pfizer é 33% eficaz com uma dose e 88% eficaz quinze dias depois da segunda dose contra a cepa originada na Índia.
A vacina da Pfizer mostrou ser 56% eficaz a partir de 14 dias após a primeira dose e 87% eficaz após duas doses. Vale lembrar que o estudo canadense não foi revisado por pares.
A pesquisa escocesa divulgou apenas resultados considerando a segunda dose. No caso da Pfizer, o imunizante se mostrou 79% eficaz contra a variante Delta, pelo menos 14 dias após a segunda dose
De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde de Israel, a eficácia da vacina na prevenção de infecções e doenças sintomáticas caiu para 64%. Ao mesmo tempo, a vacina foi 93% eficaz na prevenção de hospitalizações e doenças graves causadas pelo coronavírus.