Fleury e Gávea param negociação
01/08/2014 - por Por Beth Koike e Vanessa Adachi | De São Paulo

~~Após quase cinco meses, as negociações da gestora Gávea e um consórcio de fundos de investimento para aquisição do Fleury foram interrompidas e o contrato de exclusividade cancelado. "Neste momento não há acordo", disse uma fonte a par do assunto.

O motivo é uma divergência com os fundadores do laboratório Hermes Pardini, que vendeu 30% do seu capital para o Gávea em 2011. A família Pardini considerou que seu negócio estava subavaliado e propôs uma elevação de preço da ordem de 20% a 30%.

Porém, os fundos que compunham o consórcio liderado pelo Gávea - em especial o fundo soberano de Abu Dhabi, o Adia, e um fundo do Goldman Sachs - alegaram que já haviam aprovado os valores em seus comitês de investimento e que não haveria espaço para uma renegociação. Há três anos, o fundo soberano de Abu Dhabi já é um dos investidores indiretos do Hermes Pardini, uma vez que no Brasil aplica seus recursos nos fundos do Gávea e uma parcela dos R$ 300 milhões desembolsados para compra do laboratório mineiro veio do Adia.

A estrutura da transação previa que, após a aquisição, o Fleury teria seu capital fechado e seria feita uma fusão com o Hermes Pardini. O valor pelo qual o laboratório mineiro foi avaliado - cerca de R$ 2 bilhões e que determinaria a participação acionária da família no negócio resultante - é que desagradou, principalmente, a filha do fundador. A família Pardini mostrou-se descontente ao analisar que os fundos pagariam para o grupo de médicos do Fleury, donos de uma fatia de 41,3% da companhia, R$ 18,50 por ação. Ontem, diante dos rumores de que o negócio não seguiria adiante, os papéis do Fleury caíram 8,9% para R$ 14,92.

Questionados, o diretor de relações com investidores do Fleury, João Patah, informou que não comenta rumores de mercado e que a transação está sendo feita pelo grupo de acionistas. O Gávea também informou que não comenta rumores.

 

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Além da queda expressiva na cotação do papel, o Fleury apresentou ontem o balanço do segundo trimestre. Praticamente todos os indicadores tiveram queda e os resultados ficaram bem abaixo da expectativa dos analistas.

O lucro líquido caiu 26,1% para R$ 16,3 milhões, entre abril e junho. "O desempenho da companhia é reflexo da queda de 4,9% na receita. No segundo trimestre, tivemos um menor número de dias úteis com a Copa e tivemos impacto da reestruturação na operação do Rio de Janeiro", disse Vivien Rosso, presidente do Fleury. A companhia cancelou contrato com a Unimed-Rio no fim do ano passado e ainda sofre reflexos com a perda de receita desta operadora. A receita dos laboratórios no Rio caiu 30,7% no segundo trimestre.

Como vem ocorrendo desde o ano passado, os laboratórios com a bandeira Fleury tiveram crescimento de 7,1%, enquanto as unidades da marca a+ (voltada para o público mais popular) tiveram desaceleração de 0,7%.

Vivien destaca que no próximo semestre a companhia deve apresentar melhores resultados, uma vez que os custos já estão controlados e não haverá impacto da Copa do Mundo. No segundo trimestre, os custos da companhia ficaram estáveis em R$ 320,5 milhões e a receita dos laboratórios, considerando as mesmas unidades abertas em um ano, cresceu 5%. (Colaborou Vinícius Pinheiro)

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