O Hospital São Lucas da PUCRS acaba de potencializar seu escopo de inovação, assumindo a gestão do BioHub, iniciativa que articula ações sincronizadas com o objetivo de conectar talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores em ciências da vida. Diana Jardim, gestora da área de inovação do HSL, passa a ser a coordenadora do Biohub, que promove a articulação entre os players e o próprio hospital, o Tecnopuc (parque tecnológico da PUCRS), o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e as Escolas da área de saúde da PUCRS (Escola de Medicina e Escola de Ciências da Saúde e da Vida).
Para ela, a coordenação chega em um momento em que o São Lucas está focado em promover uma inovação aberta para todo um ecossistema na saúde, que se retroalimenta com o conhecimento. “Vejo um grande potencial transformador para o segmento de saúde, conectando os talentos e conhecimentos dos profissionais atuantes em nosso hospital, para gerar negócios com empresas, startups e tantas outras instituições interessadas em inovar em saúde”.
Ela ressalta que esta é mais uma oportunidade de impulsionar cada vez mais os parceiros do BioHub, fisicamente instalados no Tecnopuc ou mesmo em outras estruturas ligadas em rede. “A tecnologia é um meio, a inovação acontece através das pessoas. Precisamos acelerar este movimento e encontrar soluções rápidas e simples para melhorar o acesso e a experiência de cuidado dos pacientes, facilitar a o dia-a-dia da assistência e otimizar a gestão deste setor tão complexo como o mercado de saúde”.
O superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Jorge Audy, destaca o potencial desta união. “É uma iniciativa de extrema importância e que leva a inovação para todas as áreas de saúde. O Biohub é estratégico e tem o potencial e o propósito de gerar negócios inovadores na saúde, impactando a sociedade”.
Leandro Firme, diretor-geral do HSL, enfatiza que o setor saúde, como um todo, oferta um celeiro de oportunidades de inovação. “Na gestão do HSL temos como uma das premissas estimular e criar ambientes convidando colaboradores, médicos e parceiros a inovarem, sempre com foco em proporcionar a melhor experiência aos nossos clientes, agregando tecnologias, expertises e, principalmente, otimizando recursos”. Para ele, o BioHub e a parceria com o TECNOPUC, um dos maiores parques de inovação do Brasil, potencializa e aproxima profissionais das diversas áreas do conhecimento. “Isso vem com o objetivo de propor e implementar soluções que agreguem valor ao ecossistema de saúde, dando força e sustentabilidade ao projeto de reposicionamento do nosso hospital, uma potência de inovação em saúde”, ressalta.
BioHub em números
Localizado no Tecnopuc, no Campus da PUCRS, o BioHub impulsiona inovações e startups originadas em pesquisa, estimula a cultura de empreendedorismo entre os estudantes, professores e profissionais da área da saúde; e facilita o investimento através de parcerias. São 32 organizações, mais de 90 laboratórios e 100 grupos de pesquisa, com cerca de 14 programas de pós-graduação stricto sensu, além de inúmeros institutos e centros de pesquisas que integram o living lab de testes e experimentos voltado às ciências da vida.
Uma das iniciativas derivadas do BioHub é o Healthplus Innovation Center, espaço de coworking para startups de saúde com capacidade para 120 pessoas, instalado no 6º andar do prédio 99 do Campus e gerenciado em parceria com Grow+, uma aceleradora de negócios gaúcha, com atuação nacional e foco na área de saúde.
Monitoramento de temperatura
Uma das mais recentes inovações desta gestão do espaço veio através de uma startup. Especializada em automação residencial, a Beyond Domotics, que atua desde 2014 no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), desenvolveu há cerca de um mês uma solução para evitar perda de vacinas por problemas em câmaras frias, como o ocorrido recentemente em um hospital da cidade de Santa Cruz do Sul (RS). A ferramenta de gestão e monitoramento da temperatura nesses equipamentos, chamada Beyond Flow é composta por um hub (minicentral, parecida com um decodificador de TV a cabo, mas com apenas 5 centímetros de lado), sensores e um sistema operacional que mede e regula temperatura e umidade. A plataforma já está sendo usada nas supergeladeiras que armazenam medicamentos e produtos biológicos do hospital.