Saiba quais são os efeitos colaterais das vacinas de Covid-19 em uso no Brasil
09/06/2021

A aplicação das vacinas contra a Covid-19 no Brasil tem provocado dúvidas sobre seus possíveis efeitos colaterais. As reações mais comuns após a vacinação incluem dor ou sensibilidade e inchaço no local da injeção, além de febre baixa e dor no corpo, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim). 

As pessoas também podem apresentar quadros de fadiga e calafrios, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os sintomas podem aparecer no momento da aplicação, ou entre 24 e 48 horas, e cessam em poucos dias.

 

Segundo o infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Álvaro Furtado, as reações adversas podem ser classificadas em leves, moderadas e graves e são comuns a todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19.

“Não são todas as pessoas que evoluem para eventos adversos. Quando aparecem, na maioria das vezes, são efeitos leves, transitórios com desaparecimento entre 24h e 48h, e não colocam em risco a vida da pessoa”, diz.

O infectologista explica que não há indícios científicos de que uma vacina provoque eventos adversos mais intensos do que outras. “Para a Covid-19, apesar das vacinas serem produzidas com tecnologias diferentes, os eventos adversos são muito parecidos entre os imunizantes Pfizer, Coronavac, AstraZeneca, Covaxin, Sputnik e Janssen”, afirma. (veja quadro abaixo)

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – Regional do Espírito Santo, Ana Paula Burian, ressalta que os eventuais riscos de eventos adversos graves após a administração da vacina são muito menores do que os da infecção pela Covid-19. Ela destaca a importância do monitoramento dos sinais e da procura por atendimento médico caso os sintomas persistam por mais de 48h ou se intensifiquem, independentemente da duração.

A especialista afirma que não há uma explicação científica do porquê algumas pessoas apresentam efeitos mais fortes do que outras após a vacinação. “Somos diferentes, não tem explicação para isso. Você pode vacinar irmãos, de uma mesma família, mesmo pai e mesma mãe, e um não ter sintoma nenhum e outro cair de cama, por exemplo”, diz.

Segundo Álvaro, não há como estimar a possibilidade de reação adversa. “Isso diz respeito à parte genética e imunológica, algumas pessoas têm mais eventos adversos, não tem como prever isso”, explica.

 

Quando buscar atendimento médico

Os especialistas ressaltam que todos os sinais de reação que possam estar relacionados à vacinação contra a Covid-19 devem ser acompanhados. O infectologista da USP  recomenda às pessoas que apresentem sintomas persistentes, com duração acima de 72 ou 96h, procurar atendimento médico.

“Pacientes que tenham alguma alteração clínica realmente diferente, que os impeça de fazer atividades habituais, alterações na pele ou neurológicas, dificuldade de movimentação, ou sintomas que vão piorando com o tempo”, explica.

O especialista afirma que a investigação médica é fundamental para esclarecer se os efeitos podem estar, de fato, relacionados com a aplicação da vacina. “Muitas vezes, a pessoa toma a vacina e começa a ter alguns eventos, mas aquilo tem uma outra causa. A função do profissional médico é avaliar se a relação de causa e efeito tem significância”.

Tecnologia x efeitos colaterais

Em geral, as bulas das vacinas autorizadas para aplicação no Brasil – Oxford/AstraZeneca, Coronavac, Pfizer/Biontech, Johnson & Johnson, Sputnik V e Covaxin descrevem reações adversas semelhantes. Os efeitos mais comuns citados são dor, sensibilidade e vermelhidão no local da aplicação, além de cansaço, indisposição, dores no corpo, febre e calafrios. 

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações explica que a ciência tem se desdobrado para investigar os possíveis impactos das diferentes tecnologias utilizadas para a produção das vacinas no desenvolvimento de efeitos colaterais.

Os imunizantes da AstraZeneca, Johnson & Johnson e Sputnik V utilizam uma tecnologia conhecida como vetor viral, um vírus enfraquecido que transporta os genes virais para dentro das células, estimulando a resposta imunológica. 

Já as vacinas Coronavac e Covaxin utilizam uma versão do coronavírus inativado para desencadear a produção de anticorpos. O imunizante da Pfizer/Biontech, por sua vez, é produzido com a tecnologia do RNA Mensageiro (mRna), na qual o material genético sintético carrega o código genético do SARS-CoV-2 e estimula o organismo a gerar anticorpos contra o vírus.

Segundo a especialista, a relação entre as tecnologias e reações adversas específicas ainda é incerta. No entanto, estudos têm investigado principalmente o desenvolvimento de trombose por imunizantes que utilizam a tecnologia de vetor viral. 

“É uma tecnologia nova, a relação que temos anteriormente é com a vacina de Ebola, que foi utilizada na África para conter a doença e que também era de vetor viral. O que ainda não sabemos é se todas as pessoas vão ter esse tipo de reação tomando essa vacina, só o tempo vai dizer”, afirmou.

Casos de pessoas que apresentaram coágulos sanguíneos supostamente relacionados à vacinação contra a Covid-19 foram registrados no Brasil e em países como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Canadá. 

As investigações são contínuas e acontecem após a aplicação de diferentes imunizantes como Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Johnson & Johnson e Moderna. Entidades e organizações internacionais de saúde reforçam que os benefícios da vacinação são superiores aos riscos de infecção e agravamento pela Covid-19.

Independentemente da tecnologia utilizada, os imunizantes não permitem o desenvolvimento da Covid-19. As vacinas garantem proteção porque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.

Embora não impeça o contágio nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), efeitos colaterais moderados após a vacinação podem indicar que a vacina está funcionando e que o sistema imunológico está respondendo como deveria.

Reações alérgicas graves

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), reações alérgicas são incomuns, mas podem ocorrer após a aplicação de qualquer vacina. Sintomas como falta de ar, coceira intensa ou paralisia muscular podem indicar reação alérgica à vacina e indicam a necessidade de busca por atendimento médico.

Segundo estimativas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a reação alérgica chamada anafilaxia é extremamente rara após a vacinação contra a Covid-19, atingindo cerca de 2 a 5 casos por milhão de vacinados no país norte-americano.





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