Ao final de 2013, Santa Casa SP devia R$ 354 milhões a bancos
ocumento assinado pela auditoria Deloitte enfatiza que demonstrações financeiras da Irmandade apresentam deficiência de capital de giro de R$ 113,2 milhões
28/07/2014 - por Maria Carolina Buriti
A Santa Casa de São Paulo acumulava dívidas com bancos de R$ 354,4 milhões, entre empréstimos e financiamentos. A informação está no balanço de 2013 da entidade, divulgado à imprensa no final desta sexta-feira (25). 

Ao analisar os números, é possível afirmar que, apesar do déficit operacional ter caído de cerca de R$ 35 milhões em 2012 para R$ 24 milhões no ano seguinte, isto pouco atenuou o déficit operacional acumulado de R$ 167, 8 milhões da entidade.

Outro ponto importante enfatizado por especialistas ouvidos pelo 
Saúde Business 365 é a falta de capital de giro para operar o dia a dia da instituição. O balanço, que é um retrato das finanças em 31 de dezembro de 2013, mostra diferença entre ativo e passivo circulante, fator que compromete o capital de giro da instituição. “Isso é um capital de giro negativo. Ela operava com pouquíssimo dinheiro em caixa”, afirma o diretor de relações empresariais da Planisa, João Romitelli. 

O documento, assinado pela auditoria Deloitte, enfatiza que “em 31 de dezembro, as demonstrações financeira da Irmandade apresentam deficiência de capital de giro de R$ 113, 218 (milhões)”. O documento também destaca que “A Irmandade vem implementando ações de melhoria propostas em 2012 e aperfeiçoando as ações em 2013”. 

Esta falta de capital de giro somada à dívida com fornecedores, que ao final de 2013 estava em torno de R$ 80 milhões, pode ter sido uma das razões pela qual a entidade fechou as portas do pronto-socorro na última semana, pois entre os motivos alegados estava justamente a falta de insumos e suprimentos. 

De acordo com Marcos Nogueira Simões, da Jequitibá Investimentos e ex- CFO do Hospital São Luiz, ao avaliar despesas e receitas e a quantidade de pacientes atendidos pela entidade em 2013, é possível afirmar que cada doente do SUS (91 % das pessoas atendidas em 2013 na entidade) gerava um déficit de R$ 44 por paciente para instituição. A receita por paciente SUS em 2013 ficou na média de R$ 308, enquanto a minoria privada teve R$ 562 reais.

A despesa com “pessoal e encargos” é o principal gasto da instituição, o que representou cerca de R$ 688,6 milhões em 2013. Por paciente, cada profissional ganha cerca de R$ 190 reais, ao somar despesas de medicamentos e outros serviços se chegará rapidamente a R$ 308. O segundo principal gasto são os medicamentos e materiais, que em 2013 representaram R$ 688 milhões. 

Na sexta-feira passada (25), o Ministério da Saúde e a Secretária de Saúde do Estado de São Paulo divulgaram documentos com os valores repassados para Santa Casa. Para Romitelli, as planilhas são difíceis de serem analisadas. “É muito difícil conciliar essas duas planilhas sem que a do Estado tivesse mais detalhada, pois ela é um quadro “resumido” e tem uma consolidação de números. Fica difícil e até perigoso dar qualquer opinião sem mais informações”, disse Romitelli. 




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