Em saúde, prevenção é prioridade
28/07/2014 - por Por Helô Reinert | Para o Valor, de São Paulo

Empresas, consultorias e corretoras concordam que o plano de saúde representa o segundo ou, em alguns casos, o terceiro maior desembolso depois da folha de pagamento. Apesar de ser fundamental na hora da contratação e uma ferramenta importante para reter talentos, a existência do plano de saúde deixou de ser um grande diferencial no caso das grandes empresas. Todas elas oferecem o benefício.

A novidade está na maneira como as empresas transformam em práticas a preocupação com a saúde do funcionário: de que forma oferecem a melhor prevenção e o tratamento mais adequado. E o valor atribuído a essas políticas pelo colaborador. Estimular a busca da segunda opinião médica, acompanhar de perto os casos mais graves, indicar médicos e hospitais trazem resultado. São cuidados que reduzem gastos com pronto-socorro, excesso de consultas e de exames.

Em alguns casos, o processo começa no ambulatório da empresa. Esse departamento ocupa uma posição estratégica na administração dos gastos com saúde. "Atuamos com responsabilidade, oferecendo aos colaboradores e dependentes o melhor atendimento com custos adequados", diz o diretor de RH do HSBC, Juliano Marcilio.

O banco apostou numa estrutura que denomina espaços de saúde e na difusão da importância de procurar os médicos da casa, que ocupam a posição de um médico de família. "Resolvemos 50% dos casos internamente", diz Marcilio. Isso significa diminuir gastos adicionais com consultas e, consequentemente com planos de saúde, além de aumentar a produtividade ao reduzir as faltas.

O apoio técnico às políticas do HSBC veio da consultoria SantéCorp Saúde Corporativa. Os cálculos do mercado indicam que a cada consulta na rede são solicitados de 3,5 a 5 exames. Segundo CEO da SantéCorp, Eduardo Oliveira, é possível reduzir esse número para 0,17 com o modelo desenvolvido.

Gilberto Rigolon, gerente-executivo de RH da Nestlé Brasil, explica que a empresa também conta com uma assessoria na área, de forma a tornar o plano de saúde atrativo e melhorar a gestão. Um aumento de idas ao pronto-socorro, por exemplo, pode desencadear uma campanha de saúde. Internamente, a Nestlé investe na criação de uma cultura que inclui conhecimentos nutricionais, de saúde e bem-estar. O plano complementa todo esse pacote.

O sistema adotado inclui coparticipação, ou seja, a empresa entra com 70% do valor da consulta e o funcionário com o restante. Internação e outros procedimentos não exigem desembolso do colaborador. "Medimos o retorno de várias formas e a pesquisa de clima é uma delas", diz. Um dos fatores considerados é o equilíbrio de tempo entre as atividades profissionais, familiares e físicas. "Notamos que, quando há equilíbrio, há menos absenteísmo e melhora a produtividade", diz. Com 22 mil colaboradores, a Nestlé utiliza três provedores de planos de saúde diferentes, mas tenta oferecer pacotes muito parecidos em todo o país.

O diretor de planejamento estratégico e orçamento da Amil, Erwin Kleuser, explica que os níveis hierárquicos são mais segmentados nas grandes empresas. "A diferenciação por camada leva em conta as necessidades definidas pelo grupo e as expectativas dos colaboradores", diz.

Segundo Kleuser, para atender distintos públicos a Amil desenvolveu uma série de produtos diferenciados. Oferece planos e dispõe de hospitais próprios.

Recentemente inaugurou no Rio de Janeiro um complexo de saúde, o Hospital das Américas. Também aposta em atendimentos diferenciados, como o da Unidade de Correção Postural, que tem evitado várias cirurgias de coluna. Eduardo Monteiro, diretor-técnico da Marítima Saúde, diz que os produtos de seguro saúde destinados às grandes empresas são pensados para atender necessidades específicas. Os critérios levam em conta a rede, o reembolso, a participação da empresa e dos funcionários e, em especial, o trabalho da equipe de pós-venda. Esta faz tanto a gestão dos pacientes crônicos como de políticas de qualidade de vida.

A HP também faz um questionário para mapear a saúde dos funcionários. Claudia De Giusti, gerente de RH da HP, destaca a importância da adesão dos funcionários. "Temos um plano de comunicação interna forte e conseguimos uma adesão elevada", diz. Nos últimos três anos, o número de afastamentos caiu de 300 para 100. O mapeamento da saúde permite que a empresa atue pontualmente e consiga gerir a área de forma a evitar o aumento de custos decorrente da chamada inflação médica, estimada em 18% este ano.

Antonietta Medeiros, diretora médica da Aon, comenta a importância da atuação do departamento de recursos humanos em incentivar o colaborador a participar dos programas de promoção à saúde. "É muito importante o funcionário perceber que é obrigação dele minimizar os riscos com a saúde para manter-se produtivo. Com esse cuidado, lá na frente os riscos com a gestão serão minimizados", diz. As ações para estabelecer uma comunicação assertiva e contínua com o colaborador e a família são fundamentais para proporcionar uma mudança. Uma das áreas de atuação da Aon é a de engajamento e cultura organizacional.


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