Em comunicado, o órgão regulador brasileiro disse ter recebido a demanda na terça às 23h26 da empresa Belcher Farmacêutica, representante do laboratório CanSino Biologics no Brasil, e que a análise da documentação já foi iniciada para avaliar a liberação do imunizante.
A Anvisa disse que deve se manifestar em até sete dias úteis, se todos os requisitos legais para o pedido tiverem sido cumpridos pela empresa solicitante. Por ora, a agência faz um pente-fino sobre se todas as informações para avaliação do órgão foram apresentadas.
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, usou sua conta no Twitter para comentar o pedido. "A vacina Cansino, eficaz com só uma dose, está sendo aplicada na China. O laboratório chinês Cansino já entrou em contato com Min. da Saúde e apresentou o pedido à Anvisa para autorização de uso emergencial no Brasil. A China está comprometida em continuar e ampliar a parceria de vacinas com o Brasil", informou.
Se for autorizada, essa será a segunda vacina criada na China contra o Covid-19 em uso no país. Antes dela, foi autorizado o uso da CoronaVac, do laboratório Sinovac, que tem como parceiro no Brasil o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
O Brasil também está usando as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer no enfrentamento à pandemia.
A Anvisa informou ainda que, antes de o pedido ter sido apresentado, já tinha se reunido por duas vezes em março com representantes do laboratório chinês.
"O imunizante da CanSino, que é produzido a partir de um adenovírus humano não replicante, foi desenvolvido em parceria com a Academia de Ciências Médicas Militares da China. A vacina é oferecida em apenas uma dose", disse.
"Os ensaios clínicos da Convidecia (nome do imunizante) foram desenvolvidos no Paquistão, na Rússia, no Chile, na Argentina e no México. Os dados desses estudos serão analisados pela Anvisa", acrescentou.
A Reuters pediu um comentário do Ministério da Saúde a respeito do eventual interesse em adquirir esta vacina, mas não obteve resposta de imediato.