Administração é ponto fraco das santas casas
25/07/2014 - por Por Beth Koike | De São Paulo

A Santa Casa de São Paulo, que fechou o pronto-socorro nesta semana por 24hs, carrega uma dívida de R$ 400 milhões com bancos e fornecedores. Mas não está sozinha. Há no país 2.100 santas casas, que registram, apenas na área tributária, um passivo de R$ 6 bilhões. Especialistas apontam um problema na maioria das santas casas: gestão.

Exemplos como o da Santa Casa de Porto Alegre, que passou por uma reestruturação e hoje opera no azul, são raros. A Santa Casa de São Paulo, que movimenta R$ 1,3 bilhão por ano, recebe duras críticas. O governo paulista, que liberou R$ 3 milhões a esta entidade filantrópica, informou que só voltará a enviar recursos se as contas da Santa Casa forem auditadas. Seu presidente, o advogado Kalil Rocha Abdalla, foi reeleito em abril para seu terceiro mandato. O médico José Luiz Setúbal, que concorreu com Abdalla na última eleição, faz duras críticas à falta de transparência nas contas da maior santa casa do país.

Um dos herdeiros do Itaú e presidente do conselho do Hospital Infantil Sabará, Setúbal fez uma análise prévia da situação da Santa Casa de São Paulo com a McKinsey a fim de verificar as possibilidades de recuperação financeira. "Há sim problemas de defasagem no repasse do SUS, mas não é só isso. Há má gestão, que poderia ser resolvida em um ano", disse Setúbal. Ele cita outros hospitais que recebem dinheiro do SUS e conseguem se manter como o Hospital AC Camargo e a Santa Casa de Porto Alegre, ambas tinham sérios problemas financeiros e voltaram ao azul com uma melhor administração. A Santa Casa de Porto Alegre chegou a fechar as portas.

Setúbal defende uma gestão austera no Hospital Santa Isabel que atende planos de saúde, não paga impostos e foi criado para repassar ganhos para a Santa Casa de São Paulo. Em 2013, a receita do Santa Isabel foi de R$ 116 milhões.

Outra fonte de receita mal aproveitada, segundo Setúbal, são os imóveis. A Santa Casa tem cerca de 700 contratos de locação de imóveis residenciais e comerciais como, por exemplo, o prédio que já foi ocupado pelo Mappin, no centro de São Paulo. Em 2013, a receita de aluguéis somou R$ 28 milhões. "É preciso rever esses contratos", disse Setubal. Para ele, a Santa Casa de SP deveria cuidar apenas de casos de alta complexidade. Os mais simples poderiam ser realizados em uma das 39 unidades ligadas à entidade.



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