O webinar ‘Telemedicina e dispositivos que auxiliam no exame físico remoto: Futuro ou Realidade?’, realizado pela Tuinda Care e pelo Instituto Pensi – Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil – com o apoio dos hospitais Pequeno Príncipe e Sabará Hospital Infantil, em 27 de abril, contou com a participação de pesquisadores com grande conhecimento sobre o assunto. As principais pautas do evento foram a regulamentação da Telemedicina no Brasil, o uso do TytoCare (kit tecnológico portátil que permite a realização de exame físico em qualquer lugar) e o relato dos profissionais de saúde brasileiros e americanos sobre essa nova ferramenta de diagnóstico à distância na pediatria.
A abertura foi feita por José Luiz Egydio Setúbal, que instituiu a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, mantenedora do Instituto PENSI e do Sabará Hospital Infantil e por Ary Ribeiro, CEO do Hospital, que destacou a importância da telemedicina como incentivadora do autocuidado e da equidade para atender demandas da sociedade.
A Deputada Federal Adriana Ventura, autora da Lei nº 13.989 que autoriza o uso da telemedicina no Brasil durante a pandemia de Covid-19, argumentou que a telessaúde é a opção para democratizar o acesso à saúde com qualidade e redução de custos para o sistema. “É um caminho sem volta. Em menos de quatro meses, o TeleSUS realizou 74 milhões de atendimentos. A frente da telessaúde no Congresso tem falado com Conselhos de várias áreas para entender a demanda de todos os profissionais, por isso, peço que todos os médicos entrem em contato o Conselho Regional de Medicina do seu estado e com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e contribuam com a nova resolução que será apresentada pelo CFM em breve”, pediu Ventura.
Já a coordenadora do serviço de Telessaúde do Hospital Pequeno Príncipe, Rafaela Wagner, divulgou resultados parciais do estudo clínico em andamento do dispositivo Tytocare na instituição. A médica falou da concordância de mais de 90% na comparação de exames de ausculta do coração feitos presencialmente com equipamento padrão ouro com exames feitos por teleconsulta com o uso do Tytocare.
Ela trouxe ainda a percepção dos médicos que participaram de um outro estudo que está aguardando publicação sobre a usabilidade usando Tytocare em seus atendimentos. “Nossa pesquisa de usabilidade do Tyto não encontrou dificuldade de uso em populações com maior tempo de prática clínica”, concluiu.
A diretora do Centro de Telessaúde da Universidade de Virgínia (EUA), Karen Rheuban, que é membro do American College of Cardiology, da American Academy of Pediatrics e da American Telemedicine Association, ressaltou que a telemedicina já era uma realidade no estado de Virgínia (EUA) antes da pandemia para diversas áreas de atendimento pediátrico e que, com o surgimento da Covid-19, o serviço se expandiu, atingindo altos níveis de satisfação. Rheuban apresentou um estudo feito pelo Advocate Children’s Hospital mostrando que o uso de dispositivos para monitoramento, como o Tytocare, permitiu a diminuição do tempo de permanência de bebês prematuros na UTI e também reduziu em 33% o índice de readmissão na UTI de pacientes pediátricos que usam o serviço médico com frequência, o que representou quase US$ 10 mil de economia por mês.
As palestrantes reforçaram que outros profissionais da saúde também podem conduzir atendimentos com o Tytocare dentro do seu escopo de atuação ou ainda utilizar o dispositivo para discutir casos com médicos. O evento online foi moderado pelo gerente médico de Novos Serviços e Telemedicina do Sabará Hospital Infantil, Rogerio Carballo, que, ao final, abriu para perguntas do público às participantes.