A Europa pode alcançar a chamada “imunidade coletiva” contra a covid-19 em julho ou no máximo emagosto. A previsão é de Ugur Sahin, presidente-executivo da BioNTech, empresa alemã que desenvolveu uma das vacinas contra a doença em parceria com a americana Pfizer.
Embora o nível de imunização necessário para atingir a “imunidade de rebanho” ainda seja debatido, especialistas dizem que um valor superior a 70% poderia reduzir de forma significativa a transmissão da covid-19 dentro de um país.
“A Europa atingirá a imunidade de rebanho em julho, no máximo em agosto”, disse Sahin a jornalistas nesta quarta-feira, segundo a agência Associated Press.
Na entrevista, Sahin afirmou que dados de pessoas que já receberam a vacina mostram que a resposta imunológica fica mais fraca com o passar do tempo e que uma terceira dose provavelmente será necessária. Uma declaração similar já havia sido feita pelo CEO da Pfizer, Albert Bourla.
Segundo o executivo da BioNTech, estudos já mostraram que a eficácia da vacina da empresa é reduzida de 95% para 91% após seis meses. “Consequentemente, precisamos de uma terceira dose para recolocar a proteção de volta a quase 100%”, explicou.
Questionado sobre a variante detectada na Índia, Sahin disse que Pfizer e BioNTech ainda estão estudando a eficácia da vacina contra essa nova cepa. “Mas ela tem mutações que estudamos anteriormente e contra as quais nossa vacina também funciona”, afirmou.
Sahin revelou que a BioNTech já testou a vacina desenvolvida em parceria com a Pfizer contra mais de 30 variantes, inclusive a do Reino Unido, agora predominante em várias partes do mundo.
O imunizante gerou uma boa resposta imunológica contra quase todas as cepas em laboratório, segundo o executivo. Nos casos em que a produção de anticorpos foi mais fraca, ela ainda foi suficiente para combater o vírus, disse ele, sem dar números exatos.