Unimed-BH projeta custo maior com volta de cirurgias
23/04/2021

 

Depois de apresentar um desempenho recorde em 2020, a Unimed-BH, que domina o mercado de saúde suplementar na região metropolitana de Belo Horizonte, espera um ano difícil em 2021, quando completa 50 anos de existência. As cirurgias eletivas, que foram suspensas no ano passado por causa da pandemia de covid-19, devem voltar com força neste ano, pressionando os custos da cooperativa médica. 

“Teremos um ano complexo, um ano difícil. O objetivo é manter o faturamento ou até crescer, porque os procedimentos eletivos foram adiados para este ano. Mas isso também vai aumentar nossos custos”, afirmou Samuel Flam, diretor-presidente da Unimed-BH. O executivo citou o aumento do desemprego como fator de pressão na venda de planos de saúde. Por outro lado, ponderou, o mundo vai conviver com a covid-19 por muito tempo, o que faz crescer o interesse por planos de saúde. 

Em março, a Unimed-BH criou 350 leitos em sua rede própria de hospitais, entre leitos de enfermaria e de centro de terapia intensiva (CTI), tendo em vista o número elevado de casos de covid-19 e a perspectiva de volta da demanda pelas cirurgias eletivas. A cooperativa também tem trabalhado com as empresas clientes para reduzir custos do plano para os usuários, como estratégia para mantê-los. 

 

 
“Nosso desafio para manter a liderança de mercado é oferecer uma qualidade de serviço cada vez melhor e reduzir os desperdícios que há na condução de uma operadora de saúde”, afirmou Flam. O executivo vê como desafio a concorrência mais acirrada com a entrada de grandes competidores como Hapvida e NotreDame Intermédica no mercado mineiro. 

No ano passado, a Hapvida comprou a Promed, de planos de saúde e hospitais, por R$ 1,5 bilhão, e a operadora Premium Saúde, por R$ 150 milhões. A NotreDame Intermédica pagou R$ 1 bilhão pela Medisanitas e outros três ativos mineiros. Por seu porte, esses grupos conseguem ganhar na escala. O desafio para a Unimed-BH é melhorar a gestão de custos para manter a competitividade. 

Em 2020, a cooperativa encerrou o ano com 1,31 milhão de usuários, o que representou um incremento de 2,3% em relação ao ano anterior. Flam disse que, com esse número de clientes, a participação de mercado da Unimed-BH chegou a 52% na região metropolitana de Belo Horizonte. Incluindo os serviços de seguros, intercâmbio e Central Nacional Unimed, a fatia chega a 58%. 

A receita bruta atingiu R$ 5,6 bilhões, ante R$ 5,5 bilhões em 2019. A receita líquida somou R$ 4,7 bilhões, o que representou um incremento de 7% ante o ano anterior. O superávit (equivalente ao lucro líquido) mais que dobrou, para R$ 309 milhões, ante R$ 143,8 milhões no ano anterior, resultado de menos despesas com exames e internações. 

As quarentenas impostas para controlar o avanço da pandemia fizeram com que muitas pessoas postergassem exames médicos e cirurgias eletivas. No ano passado, A Unimed-BH registrou uma queda de 16,1% no total de internações hospitalares, para 39.081. O número de exames e terapias teve redução de 18,1%, para 25,5 milhões. Houve queda de 41,6% no número de consultas eletivas, que totalizou 5,02 milhões no ano. 

Por outro lado, a cooperativa precisou reforçar a oferta de leitos e a opção de consulta on-line. A Unimed-BH criou no ano passado 50 novos leitos de UTI e 159 de internação. A telemedicina foi adotada em março de 2020. “Chegamos a registrar mais de 2 mil consultas por dia. Passou de 590 mil o número de pacientes monitorados remotamente até agora”, acrescentou Flam. 

Fonte: Valor




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