"Houve atraso, um pouco acima de dez dias, e houve a divisão do lote inicial. Isso por decisão do próprio sistema de exportação da China. A burocracia ainda é uma dificuldade que estamos trabalhando. Mas como tem uma demanda muito grande de vacinas para o mundo todo, a partir da China, isso resulta em atrasos. Em janeiro, tivemos outro atraso. Esperamos que a partir de maio com maior liberação de matéria-prima, possamos antecipar o cronograma", explicou Dimas.
Ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o diretor do Instituto Butantan e o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, participaram da entrega de mais 700 mil doses no Instituto Butantan na manhã desta segunda-feira, 19, totalizando 41,4 milhões de doses da Coronavac para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), desde o início das entregas, em 17 de janeiro.
"O Instituto Butantan tem cumprido com os prazos de entrega da vacina Coronavac. A FioCruz e o Governo Federal, por circunstâncias, foram seis revisões para baixo. Seis promessas não cumpridas. O que nós desejamos é mais vacinas, mas, por circunstâncias que desconhecemos, a Fiocruz teve que colocar em números inferiores a sua previsão de vacinas", argumentou Doria.
Ainda na manhã desta sexta-feira, o Instituto Butantan recebeu uma nova remessa do IFA para a produção de novas doses da vacina contra o coronavírus. Ao todo foram recebidos 3 mil litros para a produção de 5 milhões de doses da Coronavac. Um segundo carregamento deverá chegar ainda em neste mês.
"Hoje pela manhã fomos receber no Aeroporto Internacional de Guarulhos mais 3 mil litros de insumos para a vacina do Butantan que corresponde a 5 milhões de doses. Portanto, o Governo do Estado de SP e o Butantan alcançarão 46,4 milhões de doses, atendendo a primeira etapa do contrato com o Ministério da Saúde", disse Doria.
O instituto ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses até o dia 30 de setembro, totalizando 100 milhões de unidades.
"As vacinas serão entregues dentro do prazo contratado pelo Ministério da Saúde, salvo se tivermos circunstâncias totalmente fora de controle", afirmou o governador de SP.
Sobre o anúncio do Ministério da Saúde de que Estados grandes também podem comprar kit intubação, Gorinchteyn cobra ação do Governo Federal para que compras possam ser regularizadas.
"Se o Estado de São Paulo não tivesse tido requisições administrativas pelo Ministério da Saúde, nós teríamos um quantitativo suficiente tanto para o Estado, quanto para o município, para um estoque por período considerável. Essas requisições nos atrapalharam, uma vez que atuaram diretamente sobre os produtores, fabricantes e distribuidores, fazendo com que as compras continuem acontecendo em quantidade muito pequena e entregas postergadas. Conclamamos ao Ministério da Saúde que retire requisições administrativas para que desta forma o Estado de São Paulo, assim como outros Estados, possa adquirir esse produtos de forma mais célere e na quantidade que precisamos", afirmou o secretário.
"Das medicações que recebemos agora do Ministério, 407 mil doses do kit intubação, foram 4 medicações que recebemos. Alguns deles deram para 48 horas, outras para 72 horas. Mas o Estado de São Paulo não se guarda nessas doses do Ministério, estamos adquirindo, em quatidade menor, e distribuindo para todo o Estado. Os hospitais diretos (estaduais) têm um quantitativo para mais dias e isso que faz com que consigamos distribuir para todos os municípios", garantiu Gorinchteyn.
Com relação aos estudos clínicos da vacina Butanvac, o diretor do Instituto Butantan afirma que tanto o Hospital do Rim e o Hospital das Clínicas (HC) estão finalizando a parte de infraestrutura. "O estudo já foi aprovado pela Anvisa. As medidas de contratação das pessoas também estão em andamento. Brevemente, o estudo será iniciado", disse Covas.
Sobre aglomerações em templos religiosos no primeiro fim de semana, após liberação de funcionamento com restrições por parte do governo de São Paulo, o secretário estadual da Saúde, acredita que ainda é cedo para fazer uma avaliação.
"É muito precoce para dizer como ficou a taxa de isolamento e quanto teve de circulação de pessoas nas ruas. Nesta semana, avaliaremos, de forma gradual, tanto índice de internações quanto circulação de pessoas. Entendemos que a população é a maior interessada para que o plano de flexibilização gradual aconteça, para que possamos passar para outras fases. Tanto comerciantes, prestadores de serviços e pessoas relacionadas aos cultos religiosos vão respeitar as medidas", disse Gorinchteyn.
"As religiões devem seguir os protocolos, limitando a 25% ocupação das celebrações, sem canto e coral. Todos com máscara, álcool em gel na entrada e, se possível, tomada de temperatura de todos antes de ingressarem dentro das áreas de celebração. O mesmo (cuidado) deve ser seguido pelo comércio", acrescentou Doria.