Dois estudos publicados na Lancet informam que a variante B.1.1.7 do SARS-CoV-2, identificada em primeiro lugar no Reino Unido, é mais contagiosa que o vírus originalmente conhecido, mas não é mais fatal. Trata-se de uma boa notícia. Se fosse o contrário, se fosse mais fatal, mesmo um maior controle da transmissão teria efeito apenas relativo na taxa de mortalidade.
Se a cepa aparentemente nascida em Manaus tiver o mesmo comportamento (aguardemos os estudos definitivos) será o caso de valorizar ainda mais as medidas de distanciamento social. Considerando que é impossível manter indefinidamente o isolamento, crescerá exponencialmente a importância de providências como o uso de máscaras e todas as demais destinadas a reduzir o contato entre as pessoas.
Seria bom se em meio à guerra política as autoridades se entendessem pelo menos para estabelecer protocolos razoáveis e factíveis de distanciamento, o que inclusive permitiria uma volta mais segura às atividades. Um caminho ponderado e certamente eficaz. Talvez seja uma utopia, mas não custa imaginar que alguma hora essa ficha vai cair.
*Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação