“Novo normal”, “quarentena”, “distanciamento social”. Muitas expressões passaram a fazer parte do vocabulário da população no último ano. Passados 12 meses, quais lições foram tiradas e perspectivas deixadas para a área de saúde? Como elas se refletem na medicina, especialmente no atendimento às especialidades médicas, como a Oftalmologia? Aceleração da transformação digital, telemedicina, protocolos mais rígidos fazem parte do cenário atual.
As medidas de prevenção e controle impostas pela pandemia do novo coronavírus – que este mês chega à marca de mais de 11 milhões de casos e quase 280 mil mortes no Brasil –, mudaram a rotina de atendimento de muitos pacientes com problemas oftalmológicos e que, voluntariamente ou não, tiveram suas consultas, exames, tratamentos e cirurgias eletivas adiadas tanto na rede pública quanto privada. A redução foi maior entre abril e maio de 2020, período que, por recomendação dos órgãos de saúde, foram suspensos os atendimentos não urgentes. Em contrapartida, receosas em se contaminarem com o novo coronavírus, as pessoas deixaram de procurar o médico em vários momentos ao longo do último ano. Não há estimativa oficial sobre número de adiamentos, na ordem de milhões.
Público e privado – Esses novos tempos também reforçam a importância da complementaridade entre os sistemas público e privado de saúde, com a união dos diversos agentes da área na busca de soluções para a realidade vigente. E essa constatação não se refere apenas em relação ao Brasil. Um novo estudo publicado no The Lancet Global Health aponta a necessidade da inclusão do cuidado com os olhos nas políticas de desenvolvimento e nos principais serviços de saúde em todo o mundo. Para os autores, uma comissão de 73 especialistas de 25 países (entre eles Reino Unido, Índia, Nova Zelândia e Estados Unidos), aprimorar o tratamento oftalmológico pode trazer benefícios imediatos e expressivos, tanto no aspecto econômico quanto social. De acordo com esse relatório, cerca de 1,1 bilhão de pessoas apresentavam algum problema de visão não tratado em 2020, sendo que 90% dos casos de perda de visão poderiam ser prevenidos com métodos já existentes e de baixo custo.
“A situações geradas pela pandemia motivaram mais gargalos nos atendimentos e cirurgias eletivas que devem se estender por muito tempo na rede pública. Trabalhamos para seguir oferecendo programas com condições especiais para quem perdeu seu emprego (e convênio) ou não dispõe de renda suficiente para contar com um plano de saúde. Também planejamos expandir nossa marca Dr. Vis para democratizar o atendimento oftalmológico: há 150 milhões de brasileiros que não possuem plano de saúde. A visão é crucial para a qualidade de vida das pessoas. E o cuidado com esse bem tão precioso não pode parar”, comenta Amaury Guerrero, CEO da Opty. Em 2020, as unidades do grupo, juntas, realizaram 2,5 milhões de procedimentos, entre consultas, exames, tratamentos e cirurgias.
Protocolos – Desde o início da pandemia, o Grupo Opty tem trabalhado para trazer segurança a clientes e pacientes, implementando rígidos procedimentos, em ambientes que já são, habitualmente, geridos por boas práticas recomendadas por órgãos de saúde confiáveis nacional e internacionalmente. Entre os protocolos estabelecidos nas unidades do grupo estão a disponibilização de álcool gel, higienização recorrente, o maior espaçamento dos horários nas agendas médicas, o distanciamento físico necessário entre cadeiras nos ambientes e o monitoramento das salas de espera e recepção, para não ultrapassarem a capacidade adequada de pessoas e, assim, evitar aglomerações.
Tudo foi atestado pelo selo Einstein Padrão de Qualidade e Segurança Covid-19. Referência internacional de qualidade na área de saúde e, atualmente, de pesquisa e combate à Covid-19, o Einstein foi o parceiro escolhido pelo Grupo Opty para avaliar as instalações e processos de segurança e higiene de suas unidades espalhadas pelo Brasil, em busca das melhores práticas no enfrentamento ao novo coronavírus para tornar ainda mais seguros seus estabelecimentos e dar tranquilidade aos pacientes na decisão de agendar uma consulta presencial.
Pensando nos funcionários, além de distribuição de máscaras e equipamentos de uso individual, o grupo também contratou uma empresa para monitorar os casos suspeitos e garantir o acompanhamento e orientações corretas aos colaboradores. Também preocupados com a saúde mental dos colaboradores, foi disponibilizado suporte psicológico. E tudo isso se reflete em um melhor atendimento ao público.
Mais digital – Novos softwares, processos e procedimentos foram implementados nas clínicas e hospitais do Grupo Opty e seguem sendo aprimorados constantemente e em velocidade. Assim como milhares de empresas, home office também passou a fazer parte do setor de saúde, para as equipes administrativas. “Estamos atualizando nosso sistema de gestão de dados e CRM que certamente vai se refletir no atendimento ao cliente, que poderá ter seu histórico acessado de qualquer uma de nossas unidades espalhadas pelo Brasil, caso precise de um atendimento de urgência”, comenta Diego Moreira, diretor de Operações da Opty.
Mas, sem dúvida, o que mais se reflete nessa busca de transformação digital é a telemedicina, cuja autorização foi acelerada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) devido à pandemia. Como alternativa ao atendimento presencial nesse período, facilitando, assim, o isolamento necessário no combate ao coronavírus, o Grupo Opty implementou o uso da teleconsulta, com atendimento médico para orientações. Com acesso a prontuário eletrônico integrado, histórico do paciente e painéis de controle clínicos, o oftalmologista pode indicar a necessidade de uma consulta presencial ou direcionamento para exames imediatos ou não.
“Usando a inovação e a tecnologia para conforto dos pacientes, podemos orientar sobre a saúde ocular, dar dicas para cuidados e esclarecimentos de dúvidas sobre incômodos ou emergências, em um período no qual os olhos estão especialmente sendo tão exigidos, com o uso excessivo de telas de celular, tablets e computadores para estudo, trabalho e lazer, o que pode causar olho seco e danos à visão”, afirma a Dra. Liane Sanz Iglesias, da Visclin Oftalmologia, empresa do Grupo Opty em São Paulo. “A teleorientação não substitui o exame oftalmológico presencial, inclusive para prescrição de óculos ou lentes de contato, mas funciona como uma triagem, encurtando o tempo do paciente na clínica, se for necessário”, comenta a oftalmologista, que cita alguns casos que podem ser beneficiados com a consultoria on-line, como sintomas de irritação ocular (ardência, coceira, sensação de areia), suspeita de conjuntivite, terçol, primeiras orientações em caso de traumas e baixa súbita de visão e dúvidas específicas no andamento de tratamentos.
Além de realizar teleorientações para pacientes em geral, a clínica fundada pela Dra. Liane criou o programa Boa Visão, dedicado a empresas, com o objetivo de promover a prevenção e conscientização de doenças oculares. “Com a pandemia, ganharam força as opções digitais para nos conectarmos a esse público. Triagens e orientações on-line podem fazer parte do serviço oferecido, que também pode incluir palestra, live ou vídeo sobre dúvidas mais comuns e cuidados com os olhos durante a pandemia que devem ser levados para a vida, proporcionando mais saúde e qualidade de vida”, conta a oftalmologista.