Entender as necessidades dos clientes das empresas para tornar os funcionários mais próximos deles, usar dados para identificar tendências e prever comportamentos, e aumentar o papel estratégico da área de recursos humanos nas empresas. Esses são alguns dos desafios atuais dos profissionais de gestão de pessoas, segundo um estudo global do IBM Institute for Business Value.
Com participação de 342 diretores de RH de regiões como as Américas, Europa e Ásia, a pesquisa revela que menos de um terço desses profissionais entendem bem os clientes e consumidores das organizações atualmente. A maioria das empresas (78%), contudo, acredita que esse cenário deve mudar nos próximos anos. "A voz do cliente está sendo mais ouvida de forma geral", afirma Maria Eduarda Clementino, executiva da área de serviços globais de negócios da IBM Brasil. Segundo ela, as empresas mais bem-sucedidas financeiramente já engajam o RH nesse processo - em 44% delas, as áreas de gestão de pessoas demonstram ter entendimento maior dos clientes externos.
De acordo com a pesquisa, o desprendimento do RH em relação ao resultado do negócio acaba isolando a área do papel estratégico aos olhos dos comandantes das empresas. Apenas 35% dos CEOs ouvidos dizem envolver os diretores de RH na estratégia de negócios da organização. Em contrapartida, 72% envolvem os diretores financeiros, 63%, os diretores de marketing e 42%, os diretores de tecnologia.
Para a consultora, o caminho para o RH mudar esse cenário é o desapego ao trabalho considerado "tradicional" na área. Nas companhias com melhor desempenho financeiro, os CEOs estão mais dispostos a definir o diretor de RH como um parceiro - isso é uma realidade em 30% dessas empresas, ante 19% das outras.
Os meios para atingir essa posição mais estratégica, diz o estudo, são o aumento da terceirização de funções processuais e o uso contínuo de dados analíticos. Hoje, cerca de 60% das empresas usam dados de funcionários para práticas como a formulação de relatórios ou o mapeamento de padrões ou de tendências no trabalho. No entanto, são poucas as que usam essas informações para identificar o que virá pela frente e antecipar resultados. "Uma coisa é olhar o passado, outra é cruzar dados para prever o futuro", diz Maria Eduarda.
Hoje, o uso mais comum de dados para prever comportamentos acontece na medição da produtividade. Mesmo assim, apenas 16% das empresas consultadas têm essa prática. Para aspectos como avaliação de desempenho, medição de engajamento ou otimização do recrutamento, esse tipo de análise é feito por menos de 10% das organizações. O estudo mostra que companhias que usam dados da força de trabalho regularmente têm mais chances de resolver de forma eficiente desafios como a retenção de talentos, engajamento e gestão do desempenho. "É preciso que isso faça parte do dia a dia dos gerentes", afirma o relatório.
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