A telessaúde foi autorizada a partir de abril do ano passado como uma alternativa para garantir atendimento de saúde durante a pandemia, reduzindo o risco de contaminação. Ela permite que médicos, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da área realizem atendimento de pacientes a distância. No entanto, a modalidade só está autorizada no Brasil enquanto durar o estado de emergência decorrente da pandemia.
Ao longo de 2020, mais de 1,6 milhão de teleconsultas foram realizadas pelas 15 operadoras associadas à FenaSaúde. Em 90% delas, o paciente teve seu caso resolvido pelo atendimento virtual, evitando que muitas pessoas saíssem de suas casas à procura de cuidados médicos, lotando ainda mais os prontos-socorros e hospitais. “A telessaúde se mostrou uma solução muito importante de acesso ao médico, de continuidade dos tratamentos, sem o risco de se expor a um contágio”, detalha Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.
Mas, apesar dos avanços, o direito da população brasileira à telessaúde não está garantido, já que falta a regulamentação definitiva para a modalidade. O tema levou inclusive à criação de uma Frente Parlamentar Mista no Congresso Nacional. “Por isso é fundamental que haja a regulamentação, que tenhamos uma segurança jurídica permanente, para que esse benefício continue ampliando o acesso à saúde no Brasil”, explica Vera Valente. Uma legislação duradoura também é importante para que operadoras e todos os demais prestadores do setor de saúde continuem a ampliar o uso da telessaúde.
O atendimento virtual também é uma solução para a concentração desigual de profissionais da saúde no Brasil. A região Sudeste concentra 53% de todos os médicos registrados no país, enquanto a região Norte conta com apenas 4%. “Isso demonstra e comprova a importância da telessaúde para ampliar o acesso e levar mais saúde para muito mais brasileiros”, destaca a diretora executiva da FenaSaúde.