A Intermédica entregou à Hapvida uma lista de condicionantes para dar prosseguimento à negociação de fusão, apurou o Valor. Os itens são uma contraproposta aos termos iniciais apresentados pela concorrente em janeiro. A Hapvida já submeteu os itens ao seu conselho de administração.
A principal demanda diz respeito ao prêmio. “É uma alteração substancial, não um ajuste de casa decimal”, diz uma fonte a par do assunto, sem abrir o percentual pedido. Ontem, com a notícia antecipada pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, as ações da Intermédica chegaram a subir 5,5% - fecharam o pregão em alta de 3,3%. Hapvida também ganhou 2,2% na bolsa.
A Hapvida havia oferecido um prêmio de 10% sobre a cotação média da Intermédica antes da oferta de fusão. “O preço de negociação em bolsa já mostra um desequilíbrio na relação de troca”, disse um executivo próximo à Intermédica.
Desde o anúncio, em 8 de janeiro, as ações da Intermédica valorizaram 33,6% e as ações da Hapvida subiram 23,4%. Antes do anúncio de negociação, as empresas somavam R$ 97 bilhões em valor de mercado - hoje, a nova companhia valeria R$ 124 bilhões. Na proposta original, Hapvida ficaria com 53,1% da nova empresa e a Intermédica com 46,9%.
Outros itens da contraproposta feita pela Intermédica dizem respeito à governança da empresa resultante, como a composição do conselho, disse uma fonte - a Hapvida propôs dois assentos para a Intermédica, enquanto ela ficaria com cinco cadeiras e outras duas seriam independentes.
Apesar de a Bain Capital ser a maior investidora da Intermédica e ainda ter alguns direitos assegurados por acordo de acionistas, mesmo com posição minoritária, a lista não é uma imposição apenas da gestora, dizem duas fontes. “Não é a Bain que está segurando ou impedindo a conclusão da negociação. Todas as decisões, em cada item, foram tomadas por unanimidade no conselho da Intermédica”, disse uma fonte. “São negociações de termos, naturais nesses processos.”
A Intermédica é assessorada por JP Morgan e Citi. A Hapvida é assessorada por BTG Pactual e Itaú BBA.