O Hospital da Criança Santo Antonio, de Porto Alegre, já se prepara para pedir a revalidação da certificação da Joint Comission International (JCI) com a certeza de que o reconhecimento da excelência não é só um trunfo a ser exibido aos pacientes. "A qualificação representou um reconhecimento maior do hospital, mas também um grau maior de exigência. Se o tempo de espera não é o que o cliente gostaria, isso passou a render queixas imediatas", diz Swetlana Margaret Cvirkün, gerente hospitalar do Hospital da Criança Santo Antonio.
O Hospital da Criança Santo Antônio, uma das sete unidades mantidas pela Santa Casa de Misericórdia da capital gaúcha, foi o primeiro hospital pediátrico do Brasil a ser acreditado pela JCI. Quando foi inaugurado, em 1953, focava nas doenças que mais causavam a mortalidade infantil na época: problemas respiratórios, como pneumonia, e infecto-intestinais, como diarreia. O novo pavilhão, construído com a ajuda da população, que arrecadou R$ 13 milhões por meio de doações para as obras, entrou em funcionamento em 2002 com serviços como cardio e neurocirurgias, transplantes e traumatologia.
Especializado em oncologia, cirurgia cardíaca, neurocirurgia, transplantes e gastroenterologia, o hospital é considerado centro brasileiro de referência no transplante renal pediátrico e tratamento de insuficiência renal. Atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPE) e de convênios particulares. Só no ano passado recebeu 250 mil crianças e realizou cerca de 7.800 cirurgias - 650 por mês, mais de 21,5 por dia na média. A unidade tem 210 leitos, 400 médicos e 500 enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem.
A acreditação do hospital foi em 21 de abril de 2012. A unidade buscava a certificação de excelência para ganhar um reconhecimento maior da sociedade e agregar valor aos seus serviços desde 2009, mas precisou de um longo período de adequação para atender a cada uma das 1.300 especificações da JCI. O manual da certificadora incorpora seis metas internacionais de segurança hospitalar lançadas em 2005 pela Organização Mundial de Saúde (OMS): identificação correta dos pacientes, melhoria na efetividade da comunicação, melhoria na segurança de medicamentos de alta vigilância, garantia de cirurgias em local de intervenção correto com procedimento e paciente corretos, redução do risco de infecções associadas aos cuidados de saúde e redução do risco de lesões aos pacientes decorrentes de quedas.
A equipe de certificadores americanos e brasileiros da JCI analisa o hospital anualmente. Pelo menos um paciente é acompanhado passo a passo desde que entra em uma unidade até ter alta.
© 2000 – 2014. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.
Leia mais em: