Dos 26 hospitais de excelência do Brasil, de acordo com a certificação da Joint Commission Internacional (JCI), cinco são públicos. A JCI é a principal agência de acreditação de instituições de saúde nos Estados Unidos, com atuação em mais de 40 países. Entre os cinco, três são do Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) e o Hemorio - Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti. Os outros dois são: Hospital de Clínicas, de Porto Alegre, e o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, em São Paulo.
"O desafio é manter a excelência na prestação de serviços, que tornou o Inca referência nacional na prevenção, assistência, ensino e pesquisa na área do câncer", diz Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca. "Para o tamanho e para a população do Brasil, 26 ilhas de excelência são muito pouco. O atendimento teria que ser mais homogêneo no país todo, mas os hospitais padrão pelo menos se nivelam com os melhores do mundo", afirma Jairo Martins, superintendente-geral da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad conta com 60 salas de atendimento e 21 de cirurgia, 255 leitos de internação e 48 de CTI. São 2.443 funcionários, dos quais 565 são médicos e 1.152 são enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem. Fundado em 1973, registrou no ano passado 11.497 cirurgias, que beneficiaram 9.659 pacientes do SUS, além de 207.792 consultas ambulatoriais. Mas a fila de espera daria para quase dois anos de trabalho. Entre os procedimentos de ponta estão os transplantes ósseos. O Banco de Tecidos Musculoesqueléticos, em atividade desde 1989, faz parte dos projetos de pesquisa com células-tronco em desenvolvimento na instituição.
O Instituto Nacional do Câncer também é mantido com recursos públicos do governo federal. Fundado em 1937, o Inca sempre incorporou os avanços tecnológicos como característica histórica e é um dos líderes na introdução da medicina robótica no país. Responde por 29,8% dos tratamentos de quimioterapia e 43,4% das cirurgias oncológicas no Estado do Rio. Na capital, os números sobem para 50,3% e 58,9%. Em 2013, registrou 15.500 internações, 76.900 atendimentos em radioterapia, 267.000 consultas médicas, 12.000 procedimentos cirúrgicos, 42.300 atendimentos em quimioterapia e 90 transplantes de medula óssea. O corpo clínico é composto de 577 médicos, 468 enfermeiros e 800 técnicos ou auxiliares de enfermagem. O orçamento anual é de R$ 310 milhões.
O Hemorio está em sua quarta certificação pela JCI. A instituição, que controla uma rede de três hemocentros regionais, 31 unidades de coleta e 70 agências de transfusão e abastece de sangue 200 hospitais públicos e privados no Estado do Rio, é centro de referência em hematologia e hemoterapia. Realizou no ano passado 68.622 mil consultas ambulatoriais, 2.225 internações e 16.240 internações de emergência.
Já o Hospital de Clínicas de Porto Alegre foi o primeiro do país e o terceiro na América do Sul a possuir o selo de acreditação concedido a hospitais que são também centros médicos acadêmicos. A Unidade Álvaro Alvim, que pertence ao HCPA, foi auditada e atendeu aos mesmos padrões. No ano passado, o hospital registrou mais de 600 mil consultas e 45.643 procedimentos cirúrgicos. Os exames passaram dos três milhões. A unidade fez 491 transplantes. O hospital universitário desenvolve 46 programas de residência médica. O quadro clínico conta com 628 médicos e 2.226 enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem, além de farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. O Hospital Geral de Itapecerica da Serra, fundado em 1999, é referência em atendimento para 270 mil habitantes dos municípios de Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra e Juquitiba. O HGIS faz, por ano, cerca de 1,2 milhão de atendimentos entre urgências e emergências, atendimentos ambulatoriais, cirurgias, exames e partos. Tem mais de 200 leitos e 1.334 profissionais.
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