Hapvida e Intermédica ganham R$ 32,5 bi
12/01/2021

Em apenas dois pregões, Hapvida e NotreDame Intermédica (GNDI), que negociam uma fusão, valorizaram R$ 32,5 bilhões na B3. Com isso, a companhia combinada chegou ontem a um valor de mercado de R$ 129,4 bilhões, superando a Rede D’Or, que é avaliada em R$ 121,6 bilhões. 

As ações da Intermédica fecharam ontem em alta de 11% e Hapvida, 8,46%, mesmo após os fortes de ganhos de sexta-feira, quando a negociação foi confirmada pelas operadoras de planos de saúde. Na sexta-feira, a valorização dos papéis da Intermédica foi de 26,59% e de 17,68% na Hapvida - o que foi visto como uma demonstração de que o mercado acredita no potencial da fusão. Com base no preço atual dos papéis e múltiplos das operadoras, a projeção de investidores é que a fusão pode gerar um incremento de R$ 1,2 bilhão na linha de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por ano. 

Questionado se a forte valorização do GNDI poderia levar a uma revisão do prêmio de 10% apresentado na proposta, Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida, disse que essa alta do concorrente não dilui seu acionista e que não tem planos de mudar a oferta. 

Segundo Pinheiro, os maiores ganhos de sinergia podem vir de redução de taxa de sinistralidade e redução de despesas gerais, mas não revelou valores. O Credit Suisse estima uma diminuição de R$ 500 milhões nas despesas gerais, o que representa 50% dos gastos nessa linha pela NotreDame Intermédica. 

Uma nova frente planejada pela Hapvida é a oferta de planos individuais nas praças de atuação da Intermédica, ou seja, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. A capital paulista, em especial, carece do produto voltado à pessoa física. “Temos experiência de mais de 30 anos com plano individual, temos metodologia, protocolos e tecnologia”, disse o presidente da Hapvida. 

Segundo o Credit Suisse, a oferta de planos individuais do GNDI pode chegar a 15% de sua base até 2029. Já na Hapvida, 26% de sua carteira é formada por essa modalidade de convênio médico. 

A companhia combinada tem 13,6 milhões de usuários de planos de saúde e dental, o que coloca esse novo grupo como a maior operadora verticalizada de planos de saúde do mundo. Considerando o mercado brasileiro de convênio médico, a fatia dessa nova empresa seria de 17,6%. Segundo analistas, a transação não deve sofrer problemas concorrenciais porque quase não há sobreposiçoes nas cidades, sendo que a única dúvida é em relação a Joinville (SC). 

Fonte: Valor




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