Mesmo diante da crise financeira que assola a maioria das Santas Casas, a Logimed - empresa de logística de medicamentos do Grupo Andrade Gutierrez - enxerga oportunidade de crescimento na prestação de serviços a esses hospitais. A Logimed já trabalha com as Santas Casas de Misericórdia de Marília e de São Paulo, sendo que esta última representa 75% do seu faturamento de R$ 192 milhões registrado no ano passado.
Em 2014, a meta é fechar mais 12 contratos, sendo que pelo menos seis deles são com outras Santas Casas. "Projetamos um crescimento anual de cerca de 25%, para chegar em 2016 com uma receita de R$ 500 milhões", diz Alexandre Dib, presidente da Logimed, que fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 6 milhões, alta de 50%.
Com a expansão da empresa, Dib não descarta a entrada de um sócio investidor daqui a três anos para financiar o crescimento. Porém, o grupo Andrade Gutierrez não pretende abrir mão do controle do negócio.
O motivo do interesse da empresa de logística da Andrade Gutierrez é a carência na gestão dessas instituições filantrópicas. Para conseguir ganhos de escala, a Logimed assume toda a cadeia logística dos hospitais, inclusive a compra e venda de medicamentos, insumos e equipamentos hospitalares e artigos de escritório. Alguns exemplos: são comprados diariamente 14,5 mil bolsas de soro, 28 mil seringas e 60 mil pares de luvas cirúrgicas, além de 4,6 mil diferentes medicamentos. Normalmente, a atuação das empresas do setor restringe-se ao armazenamento e à entrega dos materiais.
"A Santa Casa de São Paulo conseguiu uma economia de R$ 120 milhões nos últimos três anos. Esse valor já inclui o nosso custo, ou seja, é um ganho real para o hospital", disse Dib. Para obter esses ganhos, a Logimed também assumiu a gestão e o controle das demandas internas, como o almoxarifado e a farmácia das 39 unidades de saúde da Santa Casa de São Paulo. "No caso de produtos importados, fazemos as cotações e a compra é feita com o CNPJ das Santas Casas, que têm uma tributação inferior", afirmou Dib.
A Logimed também tem como clientes as Unimeds Paulistana e de Taubaté. As duas cooperativas médicas têm hospitais próprios e tiveram uma redução entre 25% e 30% nas despesas com medicamentos e insumos, segundo o executivo. "Uma das grandes demandas das operadoras de planos de saúde é a compra de órteses, próteses e materiais especiais que têm alto valor", disse. Os materiais de valor elevado representam até 30% do custo médico das operadoras.
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