Hoje vou falar sobre a capacidade da inteligência artificial (IA) – ou, mais especificamente da inteligência aumentada, se pensarmos que ela funciona como uma espécie de extensão de nossa própria inteligência – em humanizar a medicina. Sabemos que o futuro das ciências médicas é indissociável a este recurso. Isso é algo muito positivo: a inteligência artificial e a aumentada possibilitam que o médico tenha autonomia para exercer a sua função, com os melhores recursos à sua disposição, oferecendo uma maior qualidade no atendimento.
Além disso, a IA chega para facilitar a vida do profissional de saúde, que não tem como saber tudo e nem é capaz de absorver o grande volume de mudanças em termos de estudos, tipos de tratamento, novos protocolos, doenças, etc que acontecem em uma velocidade tão rápida. É muita coisa! Nenhum ser humano consegue acompanhar isso. É esse o papel da tecnologia: complementar e ampliar as capacidades do médico.
Mas de que tipo de tecnologia estamos falando? Exemplifico. Há, no mercado, plataformas de gestão em telemedicina cuja regularização veio no momento certo: surto da pandemia. Estamos falando de uma tecnologia que viabilizou o atendimento médico e consultas à distância em um momento de imprescindível distanciamento social, em que a vida de todos dependia (e ainda depende) disso. Não poderia ser mais providencial: a tecnologia veio para somar e trazer inúmeros benefícios a todos.
Praticidade, rapidez e segurança: é isso que a telemedicina oferece para paciente e para o médico. Mas, como uma solução dessas demorou tanto tempo para ser incorporada?
Por alguns motivos. Primeiro: embora houvesse uma demanda há muito tempo por esse tipo de serviço, sua “real aplicação” ainda era discutida por parte dos profissionais de saúde, logo, não havia uma tendência de modificação desse cenário; segundo: profissionais de saúde tinham uma percepção de que a telemedicina iria substituí-los, e não aumentar sua produtividade ou aumentar sua capilaridade em relação a atendimento e procedimentos. Ainda bem que isso tudo mudou.
Outro exemplo de tecnologia a serviço de médico e paciente são módulos de inteligência artificial capazes de auxiliar no aumento da precisão do diagnóstico, trazendo agilidade, aprimorando a segurança do paciente e colocando-o no centro do cuidado. Existem determinados tipos de algorítmos que guiam o médico no momento da consulta, trazendo insights dos caminhos a seguir no processo de conclusão de diagnóstico; outros são capazes de analisar resultados de exames laboratoriais com grande assertividade.
Haja vista tudo isso, podemos dizer que as tecnologias atuam em prol de aproximar médico e paciente, humanizando o atendimento, seja ele presencial ou à distância; elas criam a oportunidade de se ter um trabalho mais próximo e assertivo junto aos pacientes e permitem que o profissional de saúde ganhe tempo no atendimento, podendo dar mais atenção à relação interpessoal. Todos saem ganhando.