A Unimed Fesp (Federação do Estado de São Paulo) - cooperativa médica com 561,5 mil usuários - está em negociação para levantar um empréstimo bancário de R$ 80 milhões a fim de melhorar sua situação financeira, segundo o Valor apurou. A ideia inicial da Fesp era conseguir esses recursos com as 79 Unimeds de São Paulo, que são suas acionistas. Porém, as Unimeds não se mostraram abertas a arcar com o dinheiro e optou-se por um financiamento.
No dia 5, a Fesp publicou um edital convocando os acionistas para uma assembleia extraordinária para tratar de um "aporte de recursos financeiros" agendada para hoje. Procurada pela reportagem, a Fesp informou que não se pronunciaria sobre o assunto.
A Fesp, que se diferencia das demais cooperativas por ter como sócios as Unimeds e não os médicos, comercializa planos de saúde apenas para empresas com mais de 200 usuários. Os clientes também tem de ter atuação em pelo menos três cidades paulistas e 51% dos funcionários não podem estar sediados na mesma unidade.
Com 561 mil usuários, a Unimed Fesp é uma das maiores cooperativas médicas do país. A Unimed Campinas , por exemplo, tem 534 mil clientes e a Paulistana , 745 mil.
Em 2013, a receita líquida da Unimed Fesp aumentou 27,2% para R$ 928,2 milhões. Porém, o lucro líquido recuou 62,2% para R$ 3,7 milhões. O resultado foi impactado por provisões que aumentaram de R$ 224,4 mil para R$ 3 milhões e também pela alta de 40,7% nas despesas gerais e administrativas, que somaram R$ 136 milhões. O balanço também tem uma despesa de R$ 71,8 milhões (66,2% maior em relação a 2012) classificada como "dispêndio não relacionado ao plano de saúde".
Segundo fontes do setor, nos últimos anos, a Fesp tentava montar uma rede credenciada de hospitais, clínicas e laboratórios na cidade de São Paulo. Mas essa tentativa não teria sido bem sucedida porque seus usuários estão espalhados pelo Estado e não havia movimentação suficiente na capital. A Fesp disponibiliza aos seus clientes a rede médica própria ou credenciada de outras Unimeds, mas paga uma taxa de 5% sobre o valor do procedimento. O objetivo da Fesp era, portanto, deixar de pagar essa taxa e cobrar de outras Unimeds do interior que viessem usar sua rede credenciada na capital.
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