A reforma que está sendo feita nos Estados Unidos, que obriga a todos norte-americanos terem um seguro saúde, é uma das prioridades da política doméstica do presidente Barack Obama e foi debatido na última segunda-feira (12/05) por Rafael Bengoa, ex-assessor de Barack Obama, Gonzalo Vecina Neto, Superintendente Corporativo do Hospital Sírio-Libanês e Antônio Carlos Nardi, presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).
O programa de Obama pretende atingir 32 milhões de americanos que atualmente não têm cobertura de saúde. Diante deste desafio, todos os governantes estão pensando em como reconfigurar seus sistemas para ter um que funcione melhor.
“A atenção primária integrante do sistema de saúde é o melhor modelo porque diminui a sua fragmentação. O resultado é uma redução de custos e, como consequência, maior poder de investimentos para o atendimento de doenças crônicas, como diabetes, por exemplo”, explicou Bengoa, que também é professor na Harvard School of Public Health, ex-diretor de Políticas do Sistema de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ex-ministro da Saúde do País Basco.
Do ponto de vista brasileiro, o Superintendente Corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, disse que temos que entender o tempo atual e que isso exige reflexão. “Dispomos de razoável noção do que temos que fazer, mas uma grande dificuldade em definir como fazer. Na saúde da família temos um caminho em construção onde médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agente comunitário de saúde estão se apoiando mutuamente; e existe uma boa possibilidade de integração com a rede de serviços mais complexos. É um processo em construção”, completou Vecina.
Na opinião de Nardi, do CONASEMS, é urgente a necessidade de melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS), que conta com 26 anos de existência. “Conseguimos ofertar o que é possível de acordo com o que dispomos, mas temos que evoluir muito, principalmente no quesito financeiro. Mas continuo acreditando em nosso sistema”, concluiu.